Um dia depois de uma tempestade provocar mais uma morte em Belo Horizonte, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) afirmou que as obras realizadas pelas próximas cinco administrações devem ser insuficientes para impedir alagamentos provocados por chuva forte. Se a previsão de Lacerda estiver correta, BH ainda vai ver suas avenidas se transformarem em cachoeiras pelos próximos 20 anos, ou até 2036.
— As próximas quatro ou cinco administrações terão que continuar investindo fortemente nessa questão de prevenção de enchente — afirmou o prefeito em entrevista coletiva.
Maria Ester Ribeiro, de 59 anos, morreu ao ser carregada por uma enchente na rua Diorita, no fim da tarde de sexta-feira (12), enquanto seguia para uma entrevista de emprego como pesquisadora. Ela ficou presa debaixo de um carro, se afogou e sofreu uma parada cardiorrespiratória.
Lacerda lamentou a morte e informou que a obra no córrego dos Pintos, que corta a região, ainda será licitada.
— Onde aconteceu esse grave acidente, que nós lamentamos muito, a morte da senhora Maria Ester, nos solidarizamos com sua família, com seus amigos nesse momento difícil de dor, não é no córrego dos Pintos. A obra planejada para o córrego, na Francisco Sá, é de R$ 15 milhões para reparos, revitalização do canal e ampliação. Estamos preparando a licitação.
A região da Francisco Sá é tomada pela enxurrada a cada chuva forte. A prefeitura instalou uma placa, muito criticada pelos moradores, recomendando não passar no trecho em caso de temporais. O socialista está há oito anos no cargo e, no último ano de mandato, vai licitar o projeto para uma das áreas com maior frequência de alagamentos. Apesar da recorrência, Lacerda culpou a meteorologia.
— Nós tivemos um fenômeno meteorológico fora do normal. Foram 90 mm em uma hora naquela região. Isso corresponde à metade da média esperada para fevereiro. Quem viu as imagens viu verdadeiros rios.