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Operação mira grupo que cobrava até R$ 10 mil para fraudar exames para CNH

Investigação revela que pessoas analfabetas e com deficiência visual conseguiram a carteira de habilitação no esquema

Minas Gerais|Lucas Eugênio*, Do R7 com João Pedro Gruppi, Da Record TV Minas

Operação investigou fraudes na obtenção da CNH
Operação investigou fraudes na obtenção da CNH Operação investigou fraudes na obtenção da CNH

Trinta e um mandados de busca e apreensão foram cumpridos, na manhã desta quinta-feira (1º), em Belo Horizonte e na região metropolitana da capital, em uma operação que investiga fraudes no processo de obtenção e renovação de CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

O alvo da operação Fraus Omnia é um “grupo criminoso composto por agenciadores de exames (intermediários junto ao Detran), proprietários e funcionários de autoescolas e agentes públicos”, informou o Ministério Público. 

As fraudes aconteciam na prova de legislação, nos exames de direção, nos recursos contra multas de trânsito e na renovação da CNH. A investigação mostrou que os exames médicos para a habilitação ou renovação da CNH também foram adulterados. 

De acordo com as investigações, as fraudes custavam entre R$ 8.000 e R$ 10 mil, para falsificar todos os processos da CNH. Outras adulterações custavam aproximadamente R$ 3.000.

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O grupo era bem organizado. Eles eram divididos em núcleos para realizar cada etapa da falsificação. O MPMG informou que investigados podem responder por corrupção e por falsificar documentos.

O perfil dos compradores era de pessoas que não conseguiam passar no teste de direção por diversos motivos. Entre os compradores, está um homem com deficiência visual. Além de analfabetos ou pessoas que não queriam estudar para a prova de legislação.

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Os mandados foram cumpridos pelo MPMG (Ministério Público do Estado de Minas Gerais) e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) simultaneamente nas cidades de Belo Horizonte, Contagem, Ribeirão das Neves, Betim, Ibirité, Lagoa Santa, Divinópolis, Nova Lima e Itaobim.

“A operação foi realizada em conjunto com a Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais e com a Polícia Militar de Minas Gerais (Batalhão Rotam, Batalhão de Choque, Companhia de Policiamento com Cães, Batalhão de Trânsito, Batalhão de Polícia Militar Rodoviária e Diretoria de Inteligência da PMMG)”, informou o MPMG.

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O Ministério Público informou que “foram identificados pelo menos 40 acidentes de trânsito envolvendo beneficiários do esquema criminoso”. Em um deles, a vítima, passageira de um ônibus do transporte coletivo, teve a perna amputada.

“O nome da operação é uma referência à expressão latina “fraus omnia corrumpit” (em português, a fraude tudo corrompe), em alusão aos danos sociais causados pelas fraudes investigadas”, relatou a instituição.

*Estagiário sob supervisão de Pablo Nascimento

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