A família do vendedor ambulante Flávio Antônio dos Santos, de 37 anos, está revoltada: com quadro grave de pneumonia, ele morreu após fugir da UPA JK, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde estava internado. Os parentes alegam que os profissionais do local foram negligentes.
De acordo com a irmã da vítima, Renata dos Santos, ela acompanhava Santos na unidade há quatro dias. No fim de semana, decidiu deixar o local para tomar um banho. Quando voltou, ficou sabendo que o irmão havia morrido.
— Ele poderia ter morrido. Mas lá dentro, com socorro. E ele não teve.
A ex-mulher do ambulante, Simone Ribeiro, estava na UPA no momento que ele sumiu. Ela explica que Santos havia sido levado para a sala de urgência, com a promessa de que seria transferido para um hospital, mas sumiu antes que isso acontecesse.
— Ele estava delirando, não falava coisa com coisa e sempre pedindo para ir embora.
Debilitado, o paciente andou poucos metros fora da unidade de atendimento e caiu em uma calçada. O Samu foi acionado, mas ele já estava morto quando o socorro chegou. Agora, os familiares pensam em tomar medidas judiciais para punir os responsáveis, como conta Renata.
— Vou entrar na Justiça. Vou processar porque eles nem sabiam onde estava o paciente.
Em nota, a secretaria de saúde lamentou o ocorrido e informou que "durante todo o período que ele [Flávio] esteve internado, foi acolhido por uma ampla equipe médica, recebendo todos os cuidados e atenção que o caso demandava".