Arthur tem quatro anos e, atraído pelas cores, gosta de imitar a mãe passando esmalte nas unhas. Para a família, nenhum problema. Dia desses, chegou em casa triste porque foi ridicularizado por colegas de escola em Ouro Preto, cidade histórica da região central de Minas. Os meninos o chamaram de "menininha".
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Para apoiar o enteado, o estudante de direito e recepcionista de pousada Thiago Moreira, de 27 anos, decidiu pintar a própria mão para ensinar a Arthur que ele pode brincar com as cores da maneira que preferir.
— Ele chegou em casa de cabeça baixa, começou a tirar o esmalte de suas unhas e a Laura [a mãe] quis saber o por quê. Ele disse: 'Um menino mais velho disse que eu tava parecendo uma menininha'. Imediatamente, peguei a bolsa de esmaltes da Laura e pedi para que ele escolhesse uma cor para pintar minhas unhas. Desde então, vou levá-lo e buscá-lo na escola com as unhas pintadas por ele.
No trabalho, Moreira também foi alvo de preconceito. Ele relata no Facebook que um guia turístico perguntou porque ele pintava as unhas, e explicou a história do enteado. Ao ser acusado de "contribuir" para que a criança sofresse bullying, o estudante replicou:
— Mas a graça pra ele está justamente nas cores, nós não vemos problema nenhum com isso e eu não irei privá-lo das cores porque outros pais ensinam seus filhos a ter preconceitos. Ele é só uma criança que não tem preconceitos e nem é criada com eles. Vai ter unha das mãos pintadas pelo filho sim, e se reclamar, pinto as dos pés também.
Os amigos apoiaram a decisão da família: a postagem recebeu 60 mil curtidas e 17 mil compartilhamentos no Facebook.