Uma megaoperação realizada na manhã desta terça-feira (26), em Belo Horizonte, levou 10 suspeitos, entre empresários e servidores públicos, para a cadeia.
De acordo com as investigações, o grupo era especializado na importação de mercadorias estrangeiras por meio de falsa declaração e sem o pagamento de imposto devido, gerando sonegação de cerca de R$ 20 milhões. Entre os alvos das apurações estão uma cervejaria e uma empresa de móveis da capital mineira.
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Esta é a segunda fase da Operação Expresso Canadá, que cumpriu nove mandados de prisão temporária em Belo Horizonte e um em Salvador (BA). Foram cumpridos ainda 16 mandados de condução coercitiva e 21 de busca e apreensão em sedes de empresas e residências.
Segundo Orlando Soares, inspetor da Receita Federal, a quadrilha burlava o fisco e pode ter sido beneficiada por servidores públicos.
— As mercadorias tinham alto valor agregado, sobre eles incide carga tributária maior. Suplementos alimentares, artigos de informa´tica, eletrônicos, perfumes, vinhos caros. Elas eram substituídas no caminho por produtos como arames e impressoras, que têm valor tributável bem menor. Pode ter havido a concorrência de algum agente público para isso.
Além de Minas Gerais, a operação, que conta com apoio do Ministério Público Federal, está sendo realizada em outros cinco estados: Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal e Espírito Santo.
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Os envolvidos podem responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, além de contrabando e descaminho. As penas variam de sete a 18 anos de prisão. O esquema funcionava da seguinte forma: os produtos vinham de Miami (EUA) e eram declarados no Brasil como mercadorias baratas. Ou seja, os responsáveis importavam itens como suplementos alimentares e eletrônicos, que eram declarados como arames e impressoras, para que resultassem em impostos mais baixos.