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Polícia investiga 'rachadinha' entre pousadas e atingidos por barragem

Moradores recebem auxílio da Vale desde 2019 após terem deixado suas casas pelo risco de rompimento da estrutura na Grande BH

Minas Gerais|Gabriel Rodrigues, da Record TV Minas

A Polícia Civil investiga um esquema de "rachadinha" envolvendo empresários e pessoas atingidas por barragem na região metropolitana de Belo Horizonte.

O esquema de fraude envolveria donos de pousadas e pessoas que viviam perto de uma barragem e que tiveram que deixar suas casas por conta do risco de rompimento no distrito de São Sebastião das Águas Claras, mais conhecido como Macacos.

Por causa do desalojamento, a Vale, responsável pela barragem da mina Mar Azul, que está ameaçada, foi obrigada a custear a hospedagem de moradores em pousadas da região.

Investigação

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De acordo com os investigadores, o esquema funcionava da seguinte forma: os empresários simulavam a hospedagem do morador e dividiam o valor pago pela Vale entre as duas partes. A fraude estaria sendo realizada desde 2019, quando as famílias começaram a sair das regiões, e já teria movimentado mais de meio milhão de reais.

Famílias deixaram suas casas por risco de rompimento
Famílias deixaram suas casas por risco de rompimento Famílias deixaram suas casas por risco de rompimento

Os agentes visitaram, pelo menos, 13 pousadas e hotéis do distrito. Alguns dos locais apresentavam, na porta, placas indicando que não haviam mais vagas. Mas, de acordo com o delegado Rodrigo Otávio Rodrigues, a situação real desses estabelecimentos era bem diferente.

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— Em três pousadas visitadas não têm hóspedes. Já em outras, que alegaram lotação máxima, não havia a totalidade dos hóspedes declarados. Alguns deles nem tinham registros.

Segundo os investigadores, a Vale paga R$ 20 mil mensais para cada núcleo familiar, o que resulta em um gasto superior a R$ 24 milhões por mês, já que são 216 famílias forçadas a deixar suas casas.

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O esquema seria lucrativo principalmente, para os hospedeiros, já que eles receberiam parte do valor para abrigar um núcleo familiar, incluindo três alimentações e lavanderia, mas não teria os custos com água, energia e comida.

A maioria dos proprietários das pousadas não estavam no local no momento das abordagens. De acordo com o delegado, foram identificados outras ações criminosas em um dos estabelecimentos.

— Ocorria o tráfico de drogas de forma muito organizada, com centro de distribuição, entrega e recebimento de drogas.

As investigações seguem agora para uma segunda fase, que irá apurar possíveis irregularidades envolvendo famílias removidas do distrito que estariam vivendo em hotéis de Belo Horizonte.

Saída às pressas

Em 16 de fevereiro de 2019, várias famílias de São Sebastião das Águas Claras, distrito de Nova Lima, deixaram suas casas às pressas após um aviso sonoro indicar o risco de rompimento de uma barragem da Vale na Mina Mar Azul. 

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