Mais de cem cães foram contaminados pela substância
Reprodução/FreePikQuatro pessoas ligadas à empresa TecnoClean, que distribuiu propilenoglicol contaminado para empresas de alimentação pet, prestaram depoimento durante a noite desta segunda-feira (26) em Belo Horizonte. A Polícia Civil investiga a morte de cães intoxicados por etilenoglicol em petiscos da marca Bassar Pet Food.
Ao todo, três funcionários e um diretor da Tecno Clean foram ouvidos na delegacia de Defesa do Consumidor, na região centro-sul da capital mineira. Uma das funcionárias é apontada como responsável por suposta falsificação de laudos.
A empresa era responsável por fornecer a matéria-prima propilenoglicol, aditivo usado para produção de alimentos, que estaria contaminada com etilenoglicol, que é um anticongelante tóxico. A defesa esclarece que a empresa apenas comprava e revendia o propilenoglicol.
“Nós comprávamos o produto com laudo, com a tecnologia técnica que é possível vender para pet. Toda a compra era respaldada nesse laudo. Nós fazíamos a revenda do produto para frente” afirmou o advogado Thiago Rodrigues.
Cães intoxicados
Até o momento, mais de cem animais, em todo o país, já morreram ou precisaram de atendimento por suposta intoxicação por etilenoglicol encontrado nos produtos da Bassar. A marca está recolhendo das prateleiras produtos que estão à venda desde fevereiro.
A ação vem sendo realizada desde que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento identificou a presença da substância em lotes dos produtos.
Recentemente, a Anvisa descobriu que a Tecno Clean vendeu parte dos dois lotes de propilenoglicol contaminados para outras fábricas. Além da Bassar, o Mapa já determinou o recolhimento dos produtos de outras quatro empresas. O representante da Tecno Clean explica que sete companhias compraram o estoque. Thiago Rodrigues afirma que apenas a Bassar teria apresentado problema.
Macarrão contaminado
A delegada que investiga o caso informou que até o momento não recebeu nenhuma denúncia de contaminação humana. Apesar disso, na semana passada, a Anvisa determinou o recolhimento dos produtos da fabricante de macarrão Keishi. O órgão afirma que a empresa comprou lotes contaminados do produto.
O advogado da Tecno Clean, no entanto, afirma que não foram vendidos lotes para empresas que fabricam produtos para alimentação humana. “Foram vendidos para sete empresas para alimentação pet. Não houve venda para alimentação de humanos”, relatou Rodrigues.