A privatização do metrô de Belo Horizonte entrou em nova fase, nesta quinta-feira (23), após o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciar a compra de ações da VDMG, empresa controladora da CBTU-MG (Companhia Brasileira de Trens Urbanos de Minas Gerais), pelo Grupo Comporte, que vai operar o serviço.
A compra das ações é uma das etapas finais para a assinatura do contrato de concessão do metrô, que será formalizada pelo Governo de Minas. A expectativa é a de que o processo seja concluido ainda neste mês.
A formalização do negócio contraria uma recomendação do MPT (Ministério Público do Trabalho), que havia pedido um prazo até esta sexta-feira (24) para que fosse apresentada uma solução para a manutenção dos 1.600 empregos dos metroviários, que temem por demissões.
"Soubemos dessa informação através de uma ligação da CUT Nacional e horas depois recebemos uma ligação do Grupo Comporte. A notícia está sendo um baque para toda a categoria, mas existem caminhos e possibilidades para conquistarmos um tratamento digno aos empregados. Nossa caminhada se torna mais difícil após a assinatura do contrato, porém, não é hora de desistirmos", informou, por meio de nota, o Sindimetro (Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais).
Ainda nesta sexta-feira, a diretoria do Sindimetro participa de uma reunião com o Grupo Comporte, mas o tema do encontro não foi divulgado. Na sequência, os trabalhar realizam uma assembleia para discurtir o que foi tratado com a empresa e sobre o futuro da categoria, que não descarta a possibilidade de retorno da greve. Os metroviários voltaram ao serviço na última segunda-feira (20) , após 34 dias de paralisação total.
Privatização
A privatização da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) começou em 2019. O grupo Comporte venceu o leilão na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) com uma proposta de R$ 25,7 milhões. Além disso, foram prometidos investimentos da ordem de R$ 3,5 bilhões, ao longo de 30 anos. De acordo com o edital de concessão, estão previstas várias intervenções no serviço, incluindo uma segunda linha do metrô, com cerca de 10,5 km e sete estações, entre o bairro Nova Suíça, na região Oeste da Capital, até o Barreiro.
O MPT e o Governo de Minas foram procurados pelo R7 para falar sobre a assinatura do contrato de compra das ações da VDMG, mas não se pronunciaram até a publicação desta reportagem.