Um produtor musical negro denuncia ter sido vítima de racismo na hamburgueria do chef Léo Paixão, um dos mais conhecidos de Minas Gerais, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, nesta segunda-feira (14).
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela PM (Polícia Militar), Elizeu Bianco foi confundido com um entregador enquanto aguardava na fila para comprar uma garrafa de água. Bianco disse à polícia que um atendente disse a ele, em tom de voz “grosseiro e alto” que a fila onde ele deveria aguardar seria outra.
Em entrevista à Record TV Minas, Bianco avaliou que teria sido humilhado pelo funcionário.
— Tinha aproximadamente seis pessoas na minha frente na fila. No momento de ser atendido pelo caixa, ele simplesmente me humilhou de todas as formas.
Após o ocorrido, Bianco gravou um vídeo no local narrando a situação. O atendente não identificado aparece nas imagens pedindo desculpas e tenta se explicar alegando que teria se confundido por causa do boné usado pelo produtor musical.
— Eu consegui falar com ele e expliquei que queria apenas comprar uma água. Falei que eu era cliente igual todos que estavam lá. Disse que a forma que ele trata as pessoas era totalmente errada.
Outro lado
Em nota, o restaurante Nico Sanduíches, do chef Léo Paixão, afirmou que o grupo de restaurantes "repudia toda e qualquer forma de preconceito e racismo".
Ainda de acordo com o posicionamento oficial, o atendente, idoso, "se confundiu e, após notar o que havia ocorrido, imediatamente pediu desculpas, repetidas vezes".
O texto ainda diz que essa é a primeira denúncia do tipo em mais de 8 anos de atividades do grupo e que serão implementadas ações para que outros episódios como este não se repitam.
"Todos os nossos colaboradores, sem exceção, passarão por um curso de requalificação de relacionamento com o público, com orientações específicas sobre o atendimento a clientes e prestadores de serviço", conclui a nota.
A Polícia Civil também foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre o caso.