Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Projeto tenta ampliar prazo para desmonte de barragens em MG

Proposta em tramitação na ALMG é referente à lei que prevê o fim de estruturas que usam a mesma tecnologia de Brumadinho

Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da Record TV Minas

A ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais) deve analisar um projeto de lei que pode dar mais prazo para que as mineradoras eliminem as barragens a montante, as que usam a mesma tecnologia dos reservatórios destruídos em Brumadinho e Mariana.

A proposta é do deputado Virgílio Guimarães. O projeto, de 2022, trata do "cronograma em respeito a prazos para finalizar descaracterização/descomissionamento". O texto diz que as novas datas limites são "até 15 de setembro de 2025, para barragens com volume até 30 milhões de metros cúbicos"; e "até 15 de setembro de 2027, para barragens com volume acima de 30 milhões de metros cúbicos.

Barragem em Nova Lima já foi descaracterizada
Barragem em Nova Lima já foi descaracterizada Barragem em Nova Lima já foi descaracterizada

De acordo com a Lei Mar de Lama Nunca Mais, as mineradoras têm até o próximo dia 25 fevereiro para desativar todas os reservatórios de rejeito. Na prática, as barragens serão encerradas e a estrutura, reincorporada ao meio ambiente.

Considerada uma conquista da sociedade, a lei foi aprovada um mês depois que a barragem Brumadinho, em 2019, e três anos depois que a lama da Samarco, em Mariana, matou 19 pessoas e deixou um rastro de destruição ambiental na bacia do rio Doce.

Publicidade

Fundador do Partido dos Trabalhadores em minas, Guimarães recebeu, segundo dados da Justiça Eleitoral, doação de R$ 80 mil de sócios de mineradoras para investir na campanha de 2018, quando recebeu 91 mil votos. Ele nega interferência do grupo.

"Eu não sei o que estas pessoas estão fazendo. Que eu saiba, elas não têm sequer barragem com alteamento a montante. Se tiver alguma pessoa que foi doadora de campanha, esquece eu não vou dar trégua. O projeto de lei é para ser aprovado e aplicado. É um projeto pesado que tem multa para quem descumprir prazos”, disse.

Publicidade

A possível prorrogação do prazo também deve ser discutida na Justiça. A Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) ingressou com duas ações no TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) na tentativa de rever as datas.

De acordo com a Fiemg, uma ação direta de inconstitucionalidade foi ajuizada no TJMG na semana passada para suspender os efeitos do artigo 27 da Lei estadual 23.291/19, que fixa o prazo até o dia 25 de fevereiro.

Publicidade

Além dela, uma ação civil pública foi impetrada, nesta terça-feira (15), no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Segundo Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, o objetivo é que prevaleça o que está previsto em uma outra lei, esta federal, que permite que a Agência Nacional de Mineração (ANM) análise e estenda o prazo de eliminação das barragens para depois de 25 de fevereiro sob justificativas técnicas.

Dados da Fiemg mostram que 18 barragens a montante foram descomissionadas até aqui, das 48 existentes em Minas Gerais em 2019. Mais seis barragens devem ser eliminadas até o fim do ano no Estado.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.