Distrito de Barra Longa foi um dos mais atingidos
Willian Dias / ALMGA Samarco contestou o pedido de prisão do presidente licenciado da empresa, Ricardo Vescovi, de outros cinco executivos da mineradora e um da empresa VogBR pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, na região central de Minas Gerais. A Polícia Civil apresentou nesta terça-feira (23) o resultado do inquérito e responsabilizou os funcionários pelas 19 mortes provocadas pela enchente de rejeitos de minério no dia 5 de novembro de 2015, no maior crime ambiental do País.
Em nota, a mineradora afirmou que considera "equivocados os indiciamentos e as medidas cautelares de privação de liberdade propostas pela autoridade policial, e vai aguardar a decisão da justiça para tomar as providências cabíveis".
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Além de Vescovi, foram indiciados por homicídio qualificado com dolo eventual (quando se assume o risco de matar) e poluição de água potável os funcionários Kleber Terra, diretor de operações, Germano Silva Lopes, gerente geral de projetos, Wagner Milagres Alves, diretor de operações, Wanderson Silvério Silva, coordenador técnico de planejamento e monitoramento da Samarco e Daviely Rodrigues, coordenadora de operações de barragens da Samarco. Samuel Santana Paes Lourdes, engenheiro da VogBR responsável pela declaração de estabilidade da barragem do Fundão, também responderá pelos crimes.
O delegado Rodrigo Bustamente, responsável pelo inquérito, acompanhado pela chefe da Polícia Civil Andrea Vacchiano, pediu a prisão preventiva de todos eles - ainda não há prazo para a decisão da Justiça.
O delegado concluiu que a liquefação dos rejeitos de minério (passagem do estado sólido para o líquido) provocou o rompimento da barragem. Fatores como a aceleração de obras de alteamento (expansão) e a falta de equipamentos de monitoramento contribuíram para o desastre.
Veja a nota da Samarco na íntegra:
"A Samarco considera equivocados os indiciamentos e as medidas cautelares de privação de liberdade propostas pela autoridade policial, e vai aguardar a decisão da justiça para tomar as providências cabíveis.
A empresa analisará cuidadosamente as conclusões apresentadas pela Polícia Civil em audiência pública, hoje na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, e reitera que continua colaborando com as autoridades competentes.
Desde o rompimento da barragem de Fundão, a Samarco e suas acionistas (Vale e BHP Billiton) iniciaram uma investigação externa com uma empresa de renome internacional, com a participação de profissionais de diversas áreas, como engenheiros geotécnicos, geólogos, engenheiros especialistas em mecânica de solos e fluidos, além de especialistas em sismologia.
O acidente com a barragem de Fundão foi um episódio que causou extrema consternação à Samarco. Nossos sentimentos estão com as famílias e as comunidades que perderam seus entes queridos. Nós não podemos desfazer os impactos causados, mas continuamos comprometidos a fazer todo o trabalho de reconstrução e recuperação".