Um segurança preso injustamente aguarda, há 12 anos, uma indenização da Justiça. Wagno Lúcio da Silva ficou preso por oito anos e três meses, acusado de latrocínio, roubo seguido de morte.
— O sonho de um trabalhador é um dia poder adquirir uma família, uma casa. Essa injustiça me deu uma rasteira e tirou esse sonho, tirou tudo de mim.
Somente depois que um advogado entrou com pedido de coleta de novas provas, é que se descobriu a inocência.
Em primeira instância, o segurança ganhou direito de receber indenização de R$ 700 mil. O Estado entrou com recurso e o Tribunal de Justiça mudou o valor para R$ 300 mil, retroativos ao dia da prisão.
O processo agora está no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e não tem previsão para ser julgado. A Justiça brasileira é a única no mundo com quatro instâncias de recurso. Primeiro, o fórum. Depois, o Tribunal de Justiça estadual. Em seguida, o STJ e, por fim, o STF (Supremo Tribunal Federal).
Segundo o desembargador Alexandre Victor de Carvalho, a solução definitiva é uma mudança na legislação, que deve ser feita no Congresso Nacional, diminuindo o número de recursos.
— Vem havendo um esforço e uma melhora, mas isso é algo a longo prazo.
Enquanto isso, o segurança continua aguardando a indenização por ter sido preso por um crime que não cometeu.
— Eu esperava que as coisas saíssem mais rápido a meu favor, como saiu contra.