Pouco mais de quatro horas. Este foi o tempo necessário para que a Polícia Civil apurasse e identificasse os responsáveis por um golpe de aproximadamente R$ 580 mil que vinha sendo aplicado por cinco pessoas contra a Câmara Municipal de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. Quatro dos envolvidos – sendo três mulheres - eram servidores da própria casa legislativa e foram exonerados. O quinto golpista era namorado de uma das integrantes. Após serem descobertos, todos confessaram o crime.
O delegado Daniel Guimarães Rocha, titular da Delegacia de Santa Luzia, recebeu a denúncia às 13h de segunda-feira (30) por parte do vereador Sérgio Ricardo Diniz Costa, presidente da Câmara Municipal. Por volta das 17h, os cinco envolvidos já tinham sido indiciados por peculato, associação criminosa e falsidade ideológica.
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O presidente da Câmara relatou ao delegado que desconfiava que uma servidora estaria desviando recursos destinados à quitação do INSS dos funcionários. A suspeita partiu do alerta feito por um gerente de banco que estranhou o fato de um cidadão ter comparecido à agência e tentado sacar um cheque no valor de R$ 117 mil, emitido pela Câmara, na tarde de ontem.
Confissão
As investigações revelaram que o golpe vinha sendo aplicado mensalmente, desde março deste ano, com o envolvimento da tesoureira, da diretora de recursos humanos e da diretora de contratos e convênios da Câmara Municipal, além de um servidor ligado ao gabinete de um dos vereadores da cidade. O quinto envolvido era o namorado de uma das servidoras.
Os cinco suspeitos acabaram confessando a participação no golpe e relataram o passo-a-passo do desvio de recursos. As servidoras emitiam mensalmente apenas cheques não-nominais para fazer o pagamento do INSS dos funcionários. Isso permitia que o valor fosse sacado ou depositado na conta de um laranja.
Para evitar desconfianças, o grupo providenciava comprovantes falsos do pagamento do tributo. Os valores desviados eram divididos entre os golpistas. O inquérito foi concluído com o indiciamento dos cinco nos crimes de peculato, associação criminosa e falsidade ideológica.
Segundo o delegado, os investigados responderão em liberdade. Os quatro servidores ocupavam cargos comissionados e foram exonerados. Cada um dos integrantes do grupo terá seus bens indisponibilizados, na tentativa de reaver os valores desviados da câmara.
Homenagem
A agilidade na apuração do golpe fez com que os vereadores de Santa Luzia decidissem homenagear o delegado Daniel Guimarães Rocha como título de cidadão honorário do município. A honraria será entregue ao policial, que é natural de BH, durante uma sessão solene, no dia 18 de dezembro, às 19h, na Câmara Municipal de Santa Luzia.