A mãe filmada agredindo o filho de 10 anos em Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte, será convocada para depor na Polícia Civil de Minas Gerais.
A delegada Priscila Santos informou à reportagem que a mulher esteve na delegacia, nesta segunda-feira (22), mas não prestou depoimento formal. A investigada esteve no local para as providências em relação à proteção da criança.
"Ela ainda não foi ouvida como investigada e não estava em flagrante. Foi instaurado inquérito e serão realizadas as oitivas de todos os envolvidos, incluindo a mãe", declarou a investigadora.
Também devem ser interrogadas as pessoas que presenciaram as agressões e aparecem nos vídeos. Ainda segundo a Polícia Civil, os envolvidos podem responder por tortura e omissão de socorro.
Agressões
Um vídeo registrou o momento em que a mãe tentava enforcar o menino de 10 anos. As imagens mostram ela dando socos, tapas e chutes enquanto a vítima chora e grita. Em determinado momento, a mulher bate a cabeça da criança diversas vezes contra o chão.
“Se a polícia vier aqui porque você machucou a menina, você vai para o abrigo. Lá que é o seu lugar. Lugar de quem agride as pessoas é dentro do abrigo. Não pedi para ninguém interferir aqui. Cale a sua boca. Você estragou a minha noite", disse durante as agressões.
Em seguida, um homem aparece e tenta interferir. Segundo o Conselho Tutelar, ele é o companheiro da agressora. Mesmo com a presença dele, ela continua as agressões. Além do companheiro, a mulher que gravou o vídeo e outro homem que aparece sentado no sofá estavam no mesmo cômodo e, no vídeo, não tentam interromper a sessão de espancamento.
A delegada Priscila Santos explica que recebeu a denúncia do enforcamento e foi até a casa da acusada junto com o Conselho Tutelar da cidade. “Duas equipes se deslocaram até a casa da investigada para aplicar a medida de proteção à criança”, relatou.
Histórico de agressões
Em 2019, o menino já tinha sido encaminhado para um abrigo na cidade por denúncias de maus-tratos. Na época, ele permaneceu apenas três dias institucionalizado e a Justiça definiu que ele deveria voltar para casa e para o convívio familiar.
Após o caso desta segunda-feira (22), a vítima foi novamente encaminhada para uma instituição de proteção à criança e ao adolescente. Segundo o Conselho Tutelar, a mãe tem problemas psicológicos e faz acompanhamento com a equipe médica da Prefeitura de Pedro Leopoldo.