Antônio Benedito Maia trabalhava no restaurante há um ano e seis meses
Record MinasUm porteiro noturno de um restaurante, no bairro Cidade Industrial, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi encontrado morto, no prédio em que trabalhava. O corpo Antônio Benedito Maia, de 58 anos, foi encontrado com sinais de golpes de faca no pescoço. Um suspeito chegou a ser detido, mas as imagens do circuito interno de câmeras indicam que o autor seria outra pessoa que trabalha no mesmo local.
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Segundo o soldado da Polícia Militar (PM) Jota Fernandes, Maia estaria conversando com a mulher ao telefone quando o ataque aconteceu. Ela informou aos militares que o marido chegou a reclamar que estava ouvindo barulhos estranhos e que a região estava muito perigosa e, de repente, ele teria abandonado o telefone.
— A mulher dele disse que chegou a ouvir um barulho de alguém batendo no portão ou em alguma janela do local.
Nesse momento o telefone desligou e, ao retornar a ligação, ele já não atendeu. A vítima foi encontrada sem vida por militares, caída na escadaria que dá acesso à cozinha do estabelecimento. De acordo com a polícia, o suspeito teria arrombado um cadeado que trancava o portão do prédio. Ao lado do corpo de Maia, foi encontrada uma faca suja de sangue.
Momentos depois, a polícia foi notificada sobre um homem, de 36 anos, que havia procurado atendimento médico na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) JK, também em Contagem, alegando ter sido agredido por um porteiro. Segundo o policial, a coincidência do local da briga e do horário indicava uma possível relação do homem com o crime. Ele assumiu ser usuário de drogas e contou que frequenta o entorno do local onde para se encontrar com outros dependentes, mas negou o crime. O suspeito disse que foi agredido na porta do restaurante por um vigia e deu as características do agressor, que não coincidiam com as de Maia.
— Quem me agrediu tem um fusca e trabalha lá como vigilante durante o dia.
Reviravolta
A reviravolta do caso aconteceu quando a equipe de segurança do local teve acesso às imagens gravadas pelo sistema de monitoramento do edifício, já que o invasor havia quebrado as câmeras do interior do prédio. O homem que teria invadido o estabelecimento não era um usuário de drogas. Ele era, na verdade, um colega de trabalho da vítima, que também trabalha no restaurante.
O porteiro, identificado apenas como Jorge, suspeito de ter matado Maia tem um fusca e trabalha na instituição durante o dia. A descrição dele é parecida com a feita pelo usuário de drogas detido na UPA e que teria sido agredido na região, momentos antes da descoberta do assassinato.
Jorge está foragido. Os colegas de Maia contaram que o suspeito trabalhava no horário noturno e foi transferido para o dia por causa de constantes atrasos e teria ficado insatisfeito com a mudança. A movimentação dentro do restaurante foi toda gravada e as imagens foram solicitadas pela Polícia Civil (PC).