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Vazamento da autópsia de Marília Mendonça pode levar à demissão de servidores em MG

Especialista explica procedimentos que vão ser adotados caso a polícia identifique participação de funcionários públicos no caso

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Polícia Civil abriu procedimento para identificar origem do vazamento
Polícia Civil abriu procedimento para identificar origem do vazamento Polícia Civil abriu procedimento para identificar origem do vazamento

O vazamento de fotos da autópsia da cantora Marília Mendonça, morta em novembro de 2021, pode levar à demissão de servidores, caso a Polícia Civil de Minas Gerais identifique a participação de algum funcionário no caso.

A avaliação é do advogado Fabrício Souza Duarte, mestre em direito público pela PUC Minas (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), com base no Estatuto dos Servidores do Estado.

"Se for comprovada a participação de algum agente que tenha violado a natureza de sigilo, ele agiu contra a lealdade ao serviço público e pode responder um processo administrativo", detalha. 

O procedimento, aponta o especialista, é dividido em etapas. Elas podem ser assim resumidas:

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1º - Sindicância inicial para avaliar a existência ou não da irregularidade e eventual responsabilidade de alguém;

2º - Com indícios de irregularidades, convoca-se uma comissão processante para avaliar o caso;

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3º - Os servidores suspeitos de envolvimento são citados para apresentar defesa;

4º - Membros da comissão avaliam provas e depoimentos de testemunhas;

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5º - Comissão apresenta relatório indicando se houve, de fato, a irregularidade e as penas cabíveis.

"A comissão leva em consideração o que aconteceu, o porquê, se o servidor teve responsabilidade. Neste caso, eles devem fazer diligências e ouvir testemunhas para entender se o vazamento foi um erro ou se foi involuntário, se houve dolo [intenção] do servidor", explicou.

Caso fique comprovado o envolvimento de algum agente público, as penas podem ser de advertência, suspensão e até demissão. Segundo Duarte, o procedimento é válido tanto para agentes concursados quanto convocados.

Logo após a divulgação das imagens do laudo em redes sociais nesta quinta-feira (13), a Polícia Civil abriu um procedimento administrativo para identificar a origem do vazamento. A corporação declarou que o sistema que armazena os documentos de investigações é capaz de rastrear todas as pessoas que tiveram acesso aos documentos.

Questionada sobre prazo para conclusão da investigação e sobre eventual envolvimento de agentes da corporação no vazamento, a Polícia Civil se limitou a dizer "que não coaduna com esses acontecimentos e assegura que a ação está sendo apurada para esclarecimentos e responsabilização dos envolvidos".

Outros cenários

O mestre em direito público Fabrício Souza Duarte ressalta, entretanto, que o vazamento dos dados também pode ter ocorrido de outras maneiras, como invasão ao sistema de informações do IML (Instituto Médico-Legal), o que poderia se configurar como um crime cibernético.

Neste caso e não tendo a participação de agentes públicos, a Polícia Civil deve abrir um inquérito para apurar a responsabilidade do crime. O autor, desse modo, vai responder criminalmente de acordo com o delito que for identificado na investigação.

Ainda segundo Duarte, na esfera civil, a família de Marília Mendonça pode acionar a Justiça para cobrar reparação ao responsável pela exposição dos dados do laudo.

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