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Escola de Paulista emerge como nova força do handebol

Amparado por trabalho social, time da Escola Estadual Custódio Pessoa se destaca com eficiente trabalho de base

Folha de Pernambuco|

Amparado por trabalho social, time da Escola Estadual Custódio Pessoa se destaca com eficiente trabalho de base
Amparado por trabalho social, time da Escola Estadual Custódio Pessoa se destaca com eficiente trabalho de base Amparado por trabalho social, time da Escola Estadual Custódio Pessoa se destaca com eficiente trabalho de base

Dominado por equipes de instituições privadas de ensino, em sua maioria, o handebol pernambucano de base viu surgir em 2019 uma nova força, desta vez vinda da rede pública. Trata-se do time masculino infantil da Escola Estadual Custódio Pessoa, de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), que, graças a um trabalho iniciado há dois anos, já colhe frutos importantes como a conquista dos Jogos Escolares de Pernambuco e o vice-campeonato da fase regional dos Jogos Escolares da Juventude. A segunda posição neste torneio credenciou a equipe para participar da fase nacional da competição, programada para acontecer na segunda quinzena de novembro, em Blumenau, Santa Catarina.

Wellington da Silva, conhecido como “Japa”, é o principal nome por trás do projeto. Considerado como um pai pelos atletas, o jovem técnico de 23 anos segue à frente da equipe desde 2017. No primeiro ano, o time da Escola Custódio Pessoa não venceu nenhuma partida e sequer se classificou para a etapa estadual dos JEPs. Mas o trabalho perseverou e, no segundo ano, o elenco conseguiu chegar na etapa estadual. Mal sabiam eles que 2019 traria um título inesperado.

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“Eu sonhava demais em conseguir esses resultados, mas eu vim para cá com a ideia de transformar cidadãos através do esporte. Direcionar esses jovens para uma boa conduta na escola, em casa, na comunidade e em todos os meios sociais em que eles estão inseridos. Era fundamental para o avançar do meu trabalho. Olhar para esses meninos hoje e perceber essas mudanças é gratificante demais”, afirmou Wellington.

“O professor para mim é como um pai. Quando eu rompi o ligamento do joelho, ele estava lá comigo e até dormiu no hospital para me acompanhar. Eu sou muito grato, porque através dele e do handebol eu consegui sair de uma vida errada e hoje sou outra pessoa”, disse José Carlos, 15 anos, que foi convocado para um “peneirão” promovido pela seleção brasileira de handebol, mas, por conta da lesão, não conseguiu atuar.

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Usar o handebol como meio de inclusão social exige paixão e persistência. Por não ser um esporte de massa, a exemplo do futebol, o interesse em atrair novos praticantes tende a não ser tão fácil. Mas não foi assim na Escola Custódio Pessoa. O trabalho foi tão bem desenvolvido que vários outros alunos demonstraram vontade de se envolver com o time. O plantel atual é de 13 alunos-atletas, mas em meio a tantos pedidos, o treinador Wellington já estuda a possibilidade de aumentar o número de atletas e dar continuidade à equipe feminina, que também tem uma procura grande.

Brenno Andrade, 15 anos, é um dos jogadores que esteve desde o começo do projeto. “No início, nós treinávamos no campo, porque a quadra do colégio ainda não estava pronta, e muitas vezes contávamos com três ou cinco jogadores apenas. Mas aos poucos a quantidade foi aumentando, e é incrível como o projeto do professor evoluiu. Hoje nós conseguimos alcançar um ótimo nível”, afirmou.

Diretora da escola, Aline Vinezof também se mostrou bastante satisfeita com o resultado do projeto. “Eu não esperava que nós iríamos atingir um patamar tão alto. Ele fez um trabalho de formiguinha muito bom e hoje eu me orgulho em ver esses meninos se dedicando tanto ao esporte. Muitos desses alunos viviam uma vida complicada e é perceptível a mudança. Olhar para a quadra às 12h30 (horário que termina as aulas) e vê-los treinando me deixa muito feliz”, disse.

O trocadilho da maçã podre que estraga o resto das frutas no cesto é muito falado em Pernambuco. Mas dessa vez é possível afirmar que a maçã boa se misturou e fortificou as outras. O trabalho de Welington Japa na Escola Custódio Pessoa é um exemplo a ser seguido e valorizado.

Pernambuco será representado nas disputas das modalidades coletivas dos Jogos Escolares da Juventude por 14 equipes, sendo uma delas a instituição de ensino de Paulista. O Estado foi o que obteve maior número de medalhas na fase Regional da competição, com oito no total, e é o que vai para a fase nacional com a maior delegação do Nordeste.

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