A iniciativa faz parte do Movimenta cineclubes, que está presente em 30 bairros da capital pernambucana. Em Apipucos, o grupo trabalha com três eixos: a reestruturação do conselho de moradores, a exibição e debates sobre filmes em torno da agroecologia e a implantação da farmácia viva
Folha de PernambucoResgate da memória afetiva da comunidade, desenvolvimento em torno da agroecologia e valorização das lideranças femininas. Estes são pilares do Luíla e Pretinha Cine Clube, que reúne atividades sociais com os moradores do bairro de Apipucos, na Zona Norte do Recife, desde abril deste ano. A iniciativa faz parte do Movimenta cineclubes, que está presente em 30 bairros da capital pernambucana. Em Apipucos, o grupo trabalha com três eixos: a reestruturação do conselho de moradores, a exibição e debates sobre filmes em torno da agroecologia e a implantação da farmácia viva.
Na horta, crianças e adultos da comunidade ajudam a plantar, cultivar e manter as ervas medicinais - boldo, erva-cidreira, penicilina, arnica, entre outras. O projeto já teve duas fases de implantação: a parte horizontal e a vertical. A farmácia Ficou sob a coordenação da técnica em agroecologia, Maria de Lourdes Silva dos santos, da zona rural de Gameleira, na Mata Sul de Pernambuco.
“A gente mostra que podemos ter uma horta, com a participação das pessoas, no meio da cidade. E também tem a preservação do meio ambiente. Esse é um projeto com participação da comunidade. Nós começamos com a farmácia viva, através de mutirão, que já passou pela fase vertical. O intuito é que as pessoas levem para a casa, com as instruções de cuidados”, relata o gestor de Logística e mobilizador da comunidade, Isaac Gomes.
Segundo a jornalista e facilitadora do cineclube, Andréa Almeida, a iniciativa tem como objetivos o resgate da liderança feminina e da ligação do bairro com a natureza. “Nós, articuladoras, participamos de um curso no semestre passado. Então, escolhemos o bairro de Apipucos, para levar as questões locais durante as sessões do cineclube. A gente queria levar o açude de Apipucos, o meio ambiente, agroecologia e o consumo consciente da água como discussões. Por isso, a ideia do cineclube. Agora, já vamos para o terceiro seminário de reestruturação da associação de moradores”, explica a idealizadora.
O próprios nomes do projeto remetem à história recente do local. Dona Luíla, de 86 anos, foi professora e alfabetizou centenas de crianças da comunidade, voluntariamente, enquanto Dona Maria Pretinha, falecida em julho aos 96 anos, acolhia pessoas com fome em sua casa, embora não tivesse condições financeiras.