Seis anos de história, indefinições e alguns "acertos de conta". Na busca corrente pela reformulação do elenco para 2020, o Santa Cruz mostra interesse além de contratar reforços que se destacaram em competições regionais pelo Brasil. Ainda sem um time fechado para dar início à pré-temporada, datada para a próxima terça-feira (10), o clube utiliza de seus artifícios para trazer alguns rostos, ou melhor, luvas já conhecidas no Arruda. Na mira do Tricolor desde a segunda quinzena de novembro, o goleiro Tiago Cardoso volta a ser o centro das atenções no José do Rego Maciel, dessa vez, sob um cenário que pode favorecer as duas partes ao longo do ano, caso sua contratação seja oficializada.
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Se antes a volta de Tiago Cardoso era colocada em cheque, devido à relação desgastada com o clube e com parte da torcida, hoje, os problemas podem servir muito mais como alicerce de uma comunicação que precisa ser reconstruída por ambas as partes. O goleiro deu adeus ao Tricolor no final de 2016, temporada que, com o inédito título da Copa do Nordeste, funcionou como um divisor de águas e, ao mesmo tempo, como ponto fora da curva para o goleiro, que precisou lidar com a queda de rendimento em campo, divergências com a diretoria coral e salários atrasados.
Na época, o clube tinha uma dívida de aproximadamente R$ 750 mil com o goleiro, mais juros e multa diária, além de valor da quitação do FGTS. Teoricamente, as dívidas seriam parceladas, mas Cardoso alegou que o acordo não foi cumprido e, por isso, acionou o Santa Cruz na Justiça. Segundo o empresário do jogador, o clube ainda não quitou nenhuma parcela do débito com o atleta. O Tricolor, no entanto, por meio de sua assessoria, explicou que o “processo ainda corre na Justiça” e que “nada foi acordado ainda”.
Olhando por esse lado, a questão seria mais um motivo para o Paredão apresentar algum tipo de resistência quanto sua volta à Cobra Coral. Por outro, o oposto disso também pode acontecer, afinal de contas o desembarque de Tiago Cardoso no Recife poderia ser o começo de uma nova relação.
De acordo com o executivo de futebol do Santa, Nei Pandolfo, apesar do patamar salarial acima do que atualmente o Tricolor pode arcar, ainda é cedo para bater o martelo sobre o retorno ou não do arqueiro.
“Conversei com Ytalo (empresário do goleiro) e ele acha difícil por uma questão financeira. O patamar do Tiago é um pouco acima, mas ainda é cedo para essa definição”, disse Pandolfo. Por outro lado, o procurador do experiente goleiro, Ytalo Pontes, comentou que não chegou a detalhar "muita coisa" ao jogador sobre o contato feito pelo Santa Cruz. “Como foi uma consulta, eu não detalhei muita coisa para ele. Só que a partir do momento em que o clube tiver uma proposta, aí eu vou passar para ele avaliar”, declarou.
Enquanto isso, 2020 se aproxima com a promessa já tardia do que a torcida coral espera ser um ano mais próspero ao Tricolor do Arruda.