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'Fagulha pode ter reações'; militares seguem indignados com Aziz

Um dia após fala de Omar Aziz e nota do Ministério da Defesa, o clima ainda é quente no comando das Forças Armadas  

Blog do Nolasco|Thiago Nolasco, da Record TV

Senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL)
Senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL) Senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL)

"Eles (senadores da CPI) estão esticando a corda." Essa foi a primeira resposta de um alto militar do exército ouvido pelo Blog. A pergunta que antecedeu a resposta do general foi simples, como estava o clima entre os generais após a fala do presidente da CPI.

A indignação não parou por aí. "Se atentarem contra a instituição (Forças Armadas) não sairá barato!" A fonte que é próxima ao comando continuou: "uns bandidos atuando como inquisidores". Na sequência da conversa, vem a resposta que deu origem ao título deste post, a pergunta foi: "Teve clima de indignação (entre os militares)?" A resposta: "O clima está instalado", e ainda, "uma fagulha pode gerar reações não desejáveis por todos que querem que o país se desenvolva".

Para que você possa entender a proporção da crise institucional que está instalada, vou reproduzir aqui mais um trecho da conversa, sem interpretações:

Nolasco: O clima de indignação é geral?

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Oficial das FA: Foi geral e repercutiu nos costados do país.

Oficial das FA: A atitude deles (senadores da CPI) não é séria - não querem apurar responsabilidades - já "tão" com o relatório (da CPI) feito.

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Oficial das FA: O Brasil não admite mais ladrões e mau caráter conduzindo o país.

Oficial das FA: Não dá mais.

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Nolasco: Vocês acham que faltou uma retratação por parte do senador Omar Aziz?

Oficial das FA: Ele deve pensar nisso. Porque realmente acho que "tá" com medo de perder para o Pazuello caso o PR (presidente Bolsonaro) o apoie no Norte.

Nessa última resposta, o militar da ativa faz referência a uma possível candidatura do ex-ministro, general Eduardo Pazuello ao Governo do Amazonas, estado de origem de Omar Aziz, que já foi governador do Amazonas e deve disputar o cargo novamente. Existe a discussão, entre os aliados de Bolsonaro, sobre uma possível candidatura do ex-ministro, mas o próprio Pazuello que ainda é militar, da ativa e atua como assessor presidencial no Palácio do Planalto, não se decidiu.

Foi nesse clima que o Ministério da Defesa emitiu uma nota ontem sobre a fala de Omar Aziz na sessão da CPI. Sobre as suspeitas de corrupção na compra de vacinas, Aziz disse:

"os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que, hoje, estão na mídia porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo".

Segundo o senador, "eu não tenho nem notícia disso (corrupção) na época da exceção que houve no Brasil (ditadura), porque o Figueiredo morreu pobre; porque o Geisel morreu pobre; porque, a gente conhecia... Uma coisa de que a gente não os acusava era de corrupção mas, agora, Força Aérea Brasileira, coronel Guerra, coronel Elcio, general Pazuello e haja envolvimento de militares".

Ontem mesmo o Ministério da Defesa e as Forças Armadas criticaram a fala, em nota, "essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável".

"As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro", completou o Ministério da Defesa. 

Omar Aziz voltou a responder dizendo que: "pode fazer cinquenta notas contra mim, só não me intimida". Para o senador, a nota foi desproporcional e uma forma de intimidação. O clima é quente na Esplanada dos Ministérios.

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