A eleição para a presidência do Senado está cercada de expectativa por diversos motivos. Ela vai ajudar a definir o tamanho da oposição que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai enfrentar nos próximos dois anos.
Desde as eleições de outubro, havia a previsão de que Lula enfrentaria grande oposição no Congresso, mas, habilidosamente, o presidente conseguiu trazer pelo menos para perto do governo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Lula evitou o embate, e a previsão é de que ele e Arthur Lira mantenham uma conversa amistosa, mesmo com Lira sendo mais ligado ao centrão e partidos conservadores que apoiaram Bolsonaro nas eleições.
No Senado, Rodrigo Pacheco, atual presidente do Congresso, é o favorito, mas, neste momento, a expectativa é de que ele tenha cerca de 45 votos. O ex-presidente Jair Bolsonaro e o Partido Liberal contam com traições para que Rogério Marinho, ex-ministro do governo de Bolsonaro, consiga a vitória.
Marinho conseguiu alguns votos até dentro do PSD de Pacheco e os votos do PSDB. Mas só isso não será suficiente: é preciso conseguir mais apoios, e Bolsonaro, Marinho e PL apostam em mais traições.
Um novo ingrediente para a vitória de Marinho seria a independência do Senado — isso é dito nos bastidores até pelo ex-presidente, que acredita na possibilidade de vitória do ex-ministro.
Marinho vem defendendo maior equilibrio entre os Poderes, mas a vitória dele também passaria a significar maior dificuldade do governo Lula de aprovar propostas no Congresso.
Rodrigo Pacheco continua como favorito, com o apoio do governo e de ministros do Supremo. Mas a diferença está cada vez mais apertada.
O Blog acredita que a votação será apertada: a diferença entre os dois será de cerca de cinco votos. São 81 senadores e vence quem tiver pelo menos 41 votos.
O resultado vai definir o tamanho da oposição que será enfrentada por Lula no Congresso Nacional e também se teremos mais ou menos atritos entre os Poderes.