O comando do Banco Central divulgou na manhã desta terça um comunicado em resposta à decisão de servidores de iniciar uma greve por aumento salarial a partir da próxima sexta-feira. O BC afirma ter “planos de contingência para manter o funcionamento dos sistemas críticos para a população, os mercados e as operações das instituições reguladas, tais como STR, Pix, Selic, entre outros”. Ontem, um dos efeitos do movimento dos servidores foi o atraso da divulgação do Boletim Focus, com as projeções econômicas do mercado.
No comunicado público, a autoridade monetária tenta esclarecer seu ponto de vista sobre a greve, decidida ontem — os servidores do Banco Central reivindicam reajuste salarial de 26,3%, num movimento em reação ao anúncio do presidente Bolsonaro de que pretende dar aumento a policiais rodoviários e federais. O BC afirma que “reconhece o direito dos servidores de promoverem manifestações organizadas”. Numa tentativa de reverter o impacto negativo do movimento, declara que “confia na história de dedicação, qualidade e responsabilidade dos servidores e de seu compromisso com a instituição e a sociedade”.
Os funcionários do BC se juntam a outros servidores federais, como os do INSS e do Tesouro Nacional, que também iniciaram paralisações para pressionar o governo por aumentos. Em Brasília, há a expectativa de que o presidente Bolsonaro anuncie ajuste para policiais nesta semana, o que agravou a reação das outras categorias.
Os funcionários do BC vêm fazendo paralisações diárias de cerca de 4 horas há mais de dez dias e aprovaram ontem a greve a partir de sexta, por tempo indeterminado. O blog apurou que a principal preocupação do comando da instituição é com o fluxo de serviços que afetam diretamente a população, como os pagamentos via Pix — o que motivou a manifestação pública do BC nesta terça, para reforçar que o sistema está garantido.