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Braga Netto é candidato a vice à prova de conspiração e discordância

Aposentado do Exército, general estreará numa eleição. Expectativa é por filiação ao PL, para chapa 'puro-sangue' com Bolsonaro

Christina Lemos|Do R7

Braga Netto: disciplina e afinação com o chefe
Braga Netto: disciplina e afinação com o chefe Braga Netto: disciplina e afinação com o chefe

Na contagem regressiva para o fim do prazo de desincompatibilização, o ministro da Defesa, Braga Netto, está a 11 dias de dar uma guinada em sua trajetória para disputar uma eleição pela primeira vez, caso se confirme a escolha do presidente Bolsonaro, que tem o general como opção número 1 para vice em sua chapa, na disputa pela reeleição. “Eu tenho de ter um vice que não tenha ambições de assumir a minha cadeira ao longo do mandato”, declarou Bolsonaro nesta segunda-feira.

O presidente também deixa claro que não precisa utilizar a vaga de vice como estratégia de ampliação de apoio político ou para angariar votos. “Não é para ajudar a ganhar a eleição, é para ajudar a governar”, declarou, logo após mencionar que o atual vice, general Hamilton Mourão, tem seu apoio para a disputa de uma vaga ao Senado. Bolsonaro mantém relação distante com Mourão, que costuma discordar publicamente do presidente, sem, no entanto, confrontá-lo.

A expectativa é que o general se filie ao PL, de Valdemar Costa Neto, nos próximos dias. Ainda não está definido se a filiação ocorrerá logo após a desincompatibilização, ou se aguardará o andamento da campanha. Mas Bolsonaro sinaliza que não pretende usar a vaga para composição política com aliados, como o PP. Caso se confirme a filiação do general ao PL, haveria a formação de uma chapa tipo "puro-sangue", isto é, com presidente e vice de um mesmo partido. 

Com Braga Netto, Bolsonaro construiu forte vínculo de confiança, o que fez com que atribuísse ao general, por duas vezes, missões estratégicas: o militar assumiu a Casa Civil e depois a Defesa, com a missão de estabilizar relações internas — e teria sido bem-sucedido, na avaliação do presidente.

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Considerado mais linha dura que o próprio Bolsonaro, Braga Netto fez carreira sólida e meteórica no Exército, com passagens inclusive pela Polônia e pelo Canadá como adido militar do Brasil. Transferiu-se para a reserva em fevereiro de 2020, uma semana antes de assumir cargo no coração do governo Bolsonaro, o de ministro-chefe da Casa Civil, no lugar de Onyx Lorenzoni. Dessa forma, atendeu à exigência interna da Força, que determina o afastamento da ativa daqueles que assumem cargos da administração direta no Executivo.

A aproximação de Braga Netto ao poder central, em Brasília, começou em 2016, quando foi nomeado pelo presidente Michel Temer como interventor na Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro. A tarefa lhe garantiu status de governador e a condução do episódio o projetou à função seguinte: chefe do Estado-Maior do Exército.

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