O jornalista Domingo Fraga morreu neste sábado (12), em São Paulo
Divulgação/Record TV“As pessoas querem ser ouvidas. É preciso ouvi-las e procurar ver os fatos e as circunstâncias pela ótica delas” - não poderia haver maior lição dialética a um jornalista do que a meta perseguida por Domingos Fraga. Ouvir incansavelmente, e conversar com infindável paciência - era o exercício revolucionário de um método chamado diálogo.
Essa prática - adotada ao longo de seus mais de 30 anos de jornalismo no trato com as fontes, autoridades, gestores, cidadãos - acentuou-se nos últimos anos e transformou profundamente, por exemplo, o Jornalismo da Recordtv Brasília, que Fraga comandou por breve período. E de onde partiu sob aplausos de toda a equipe que, de pé, precisou se despedir do novo chefe, chamado a retornar a São Paulo. Havia uma nova missão. Que afinal era a mesma: ouvir, dialogar, mudar, avançar.
Mas, através das décadas, o olhar de repórter sobre os fatos predominou sobre o gestor de times de jornalistas. Observador arguto da realidade, curioso contumaz, sem compromisso com conceitos cristalizados, não importava a hora do dia ou da noite, Fraga estava sempre disponível do outro lado da linha.
E por isso mesmo estamos mais sós nesta triste tarde de sábado. Pelo menos até aprendermos sua lição revolucionária: ouvir de verdade, dialogar de verdade. Uma atitude de vida que traduz profundo respeito pelo outro, por seu modo de agir, de pensar e de compreender o mundo - uma lição que vai muito além do Jornalismo de cada dia. Fraga levará com ele nossa gratidão e admiração para sempre.
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