Enquanto o mundo se preocupa com o risco de guerra que envolve as maiores potências mundiais, os empresários do agronegócio que integram a comitiva brasileira em Moscou se armam para "ir para cima" e ampliar a presença de seus produtos no país, entre eles, a carne suína e o frango. Para líderes do setor, a crise sanitária que afetou o mercado russo, com problemas relacionados principalmente à peste suína africana, abre espaço para esse avanço.
Os brasileiros querem “abocanhar” a maior parte de uma recém-aberta cota de importação de 100 mil toneladas de carne suína para abastecer o mercado russo até julho. A oportunidade vem a calhar para os produtores brasileiros, que esperam a redução dos volumes do produto a serem embarcados para a China, que é hoje o principal importador do item.
Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, defendeu o “reforço do papel do Brasil na segurança alimentar das nações parceiras”. O Fórum dos Conselhos de Empresários da Rússia e do Brasil segue em reuniões e a expectativa é de estreitamento das trocas entre os dois países.
Para integrantes da comitiva empresarial, o Brasil “fez gol” ao manter a missão a Moscou, apesar das críticas. E “vai fazer do limão uma limonada”, ao aproveitar oportunidades de negócio justamente no momento em que outros players e concorrentes temem se aproximar da potência mundial.