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E começou o jogo da política eleitoral

Mesmo regrada, a política, em época de eleições, faz aflorar paixões como num futebol com torcida, meta, preparo e resultados

Eduardo Olimpio|Do R7

Urnas eletrônicas voltam a trabalhar em 2022
Urnas eletrônicas voltam a trabalhar em 2022 Urnas eletrônicas voltam a trabalhar em 2022

O Brasil está a 5 meses e meio de mais uma eleição em pleno regime vigente em um Estado Democrático de Direito. Por incrível que possa parecer, ainda é muito importante martelarmos esse princípio publicamente a fim de se evitar percalços no debate e no comportamento do eleitorado, pré-candidatos, forças de segurança, poderes e autoridades constituídas também democraticamente; é só um alerta no caso de um descuido qualquer, um excesso de zelo, um Capitólio no caminho, você sabe.

As campanhas eleitorais ainda não estão permitidas oficialmente porque as convenções partidárias precisam acontecer mas, no mundo real das ruas e dos celulares, a grande maioria das pessoas deste país já está se perguntando a quem canalizar seu sagrado voto na urna eletrônica, de um lado, enquanto a outra borda, a dos candidatos, também começa a borboletear por aí. É mais um passo que a sociedade dá em conjunto para reabastecer-se de esperanças e sonhar com alguma dignidade social conjunta.

Na disputa majoritária, que envolve escolher 27 governadores não importando aqui qual o gênero, idade, peso, se usa peruca colorida ou dispensa a cueca, trata-se de votar em uma pessoa que vai comandar o poder executivo estadual (distrital, em Brasília) por 4 anos e que apresente ao eleitor cidadão um arrazoado do que pensa em fazer para gerir cada uma destas unidades da Federação. Estados demandam muitos serviços públicos, obras estruturais, esforço de sensibilidade social, empenho da boa máquina pública e seriedade na administração do dinheiro arrecadado de todos nós para proporcionar os direitos básicos constitucionais iguais a todos como educação, saúde, habitação, segurança e cultura, por exemplo.

Para a presidência do Brasil, mais do que brados patrióticos, entra tudo o que foi relatado e mais um monte de atributos que passam por conhecer profundamente o xadrez geopolítico internacional, elaborar planos de metas plausíveis evitando casuísmos e populismos além de valorizar o funcionalismo estatal a serviço de um real e profissional planejamento de estado. Combater as mazelas da fome, da submoradia, da falta de emprego, da saúde, da educação e da cultura, e respeitar instituições nacionais, também se fazem muito importantes. Nem falo do imperativo perfil democrata por excelência.

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Portanto, haveremos de tomar cuidados básicos ao digitar os números dos candidatos ou dos partidos porque, por mais que achemos que o país aguenta novas ondas aventureiras, corruptas ou incompetentes, o Brasil não pode mais se dar o luxo de abrigar, em seu seio de poder, pessoas, corporações ou ideologias maniqueístas cujas características primordiais passem longe da experiência da boa liturgia do cargo público, do compromisso com a liberdade de expressão que reza e baliza a Constituição vigente, do planejamento, da atenção e da esperada emancipação das classes sociais mais vulneráveis. Para continuar a lista, necessitamos do afastamento de traços autoritários, priorização de ações sociais transformadoras, proposição de ideias e seu natural confronto nas devidas casas legislativas. Também temos o direito e o dever de exigir a transparência total das ações políticas públicas que, afinal, mexem com o dinheiro de todos nós, pagantes de impostos ou compatriotas legalmente isentos.

O que está em jogo? Muita coisa, mas a continuidade e aprimoramento dos instrumentos e instituições democráticas, a busca ininterrupta pela diminuição das desigualdades sociais, a cultura de paz social, um cenário político institucional equilibrado e atraente ao investimento na economia, a defesa das riquezas minerais, biológicas e culturais dos variados povos e locais desta imensa nação são, entre outras tão importantes perspectivas, a bola da vez nesta peleja.

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Por falar em postulantes a deputados federal e estadual, senador, governador e presidente, ou em federações partidárias e ideologias mil, propagandas eleitorais começam no rádio e na TV aberta nesta terça-feira. Uns ainda no campo macro da política e outros penetrando vias capilares de acesso ao detalhe, fato é que pré-candidatos estão em campanha pelas redes sociais e em entrevistas jornalísticas afinando discursos, aprendendo a falar e segmentando o vocabulário. Quem está num cargo público já começou a usar a máquina a seu favor para engordar números, inaugurar obras já acabadas ou em pleno funcionamento, e a conversar com quadros bem definidos do tecido social como grupos empresariais e de movimentos sociais, entre outros.

O juiz nem apitou ainda, mas a bola já rola na várzea. Torçamos e lutemos para não chover a fim de se evitar o lamaçal, que torna o jogo escorregadio, perigoso, sujo e feio de assistir.

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