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Eleições à vista

Heródoto Barbeiro|Heródoto Barbeiro, da RecordNews

Urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições de 2022
Urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições de 2022 Urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições de 2022

Ano de eleição é ano incomum no Brasil. Especialmente quando está em disputa a presidência da república. Já era esperada uma radicalização de parte a parte e por isso a disputa se polariza entre o candidato apoiado pela direita e pela esquerda. A situação é ainda mais tensa porque um dos candidatos vem das forças armadas. O envolvimento de militares na política vem desde a época da proclamação da república, passe pelos movimentos tenentistas, pela ascensão de Vargas e por todas as crises que se sucederam.

A situação vivida pelo país agrava ainda mais a tensão da campanha. Há uma inflação descontrolada, queda do poder aquisitivo da população e o empobrecimento real. Há um descontentamento geral no campo e no setor financeiro. A imprensa avisa que o Brasil não tem como pagar as parcelas vencidas da dívida externa, que não deixa de crescer. O juros internacionais não param de subir o que contribui para piorar as contas públicas. Os gastos públicos estão descontrolados e decididos por critérios puramente políticos o que favorece os que estão encastelados no poder há décadas.

Na disputa presidencial não pode faltar um ríspido debate entre os que são favoráveis ao nacionalismo, com a ampliação das estatais especialmente em setores considerados estratégicos como petróleo, minérios e aciaria. As empresas estrangeiras devem ser nacionalizadas como aconteceu em Cuba, líder da campanha contra a influência norte americana no continente. É uma das bandeiras principais da esquerda.

Do outro lado estão os que querem a privatização e a abertura para uma economia liberal de mercado. Estes são rotulados de entreguistas, vinculados ao capital internacional que tem como objetivo dominar as nações latino americanas, e entre elas o Brasil. No fundo os programas eleitorais se assentam nos pilares do capitalismo ou socialismo. A vitória de um ou outro candidato pode determinar o caminho da economia nacional.

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Os partidos políticos estão embolados. Mudam de lado de acordo com o vento político. As pesquisas eleitorais servem de norte para os partidos apoiar um ou outro candidato à presidência. Além dos candidatos mais cotados, abre-se a possibilidade de uma terceira via, alguém que se distanciasse dos radicalismos divulgados tanto pela imprensa como nas reuniões políticas. Isto abre possibilidade para a candidatura populista de Adhemar de Barros, ex- interventor em São Paulo. O marechal Henrique Teixeira Lott inicia a campanha de forma robusta mas foi perdendo força ao longo da campanha. Tem o apoio da esquerda e ao seu lado, candidato a vice, está João Goulart, ex-Ministro do Trabalho no governo democrático de Vargas.

O candidato da oposição ao presidente Juscelino é o ex-governador de São Paulo, Jânio Quadros. Outro populista, hábil na comunicação popular e que conta com o apoio de amplos setores da direita, especialmente do setor industrial. A disputa chega ao auge com o lançamento da chapa Jan-Jan, ou seja Jânio e Jango, ainda que este esteja na chapa do marechal Lott. A legislação eleitoral permite. Essa aliança recebe nas urnas o apoio eleitorado. Jânio é eleito com 48% dos votos, Lott 32% e Adhemar 20%. Começa a crise que culmina com a renúncia do presidente.

Heródoto Barbeiro é jornalista do R7, Record News e Nova Brasil fm

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