Em um momento no qual os combates em Damasco prosseguem, a guerra da Síria, que já completou sete anos e dois meses, tem se transformado em um conflito sem limitações éticas, com uma desobediência permanente à Convenção de Genebra.
Uma das práticas mais recorrentes é o bombardeio a hospitais. A situação, conforme afirmou a organização Médicos sem Fronteiras (MSF), se tornou tão caótica e indiscriminada, que não se diferencia mais os combatentes dos civis e dos profissionais que atuam em auxílio às vítimas.
'Ficaremos até o fim': A batalha de um médico para salvar vidas na Síria
Um vídeo publicado pela entidade reflete bem o que está ocorrendo neste momento. Em referência aos bombardeios de Ghouta Oriental, em abril último, há, em forma de ilustração, a informação de uma ocorrência (mais uma) dramática.
Em um hospital bombardeado, há um homem ferido deitado, enquanto três, ainda em melhores condições, estão ao lado do leito. E o vídeo tem início com uma pergunta: quem é quem?
Os quatro componentes da cena são o médico, o paciente, o filho traumatizado e o estudante de medicina. E, de forma surpreendente, é revelado que é o médico quem está deitado no leito, após ser ferido no bombardeio. Ele é tratado pelo estudante de medicina, que assumiu a condição de médico.
O filho do médico, traumatizado, segura o suporte da bolsa de soro, tendo substituído o enfermeiro que morreu na ação. E, sentado, com as mãos na cabeça, está o paciente que teve de ceder seu lugar no leito para o médico, em razão das precárias condições do hospital. Veja o vídeo do MSF.