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Síria: derrota em Afrin contradiz discurso vitorioso de Assad

Observatório Sírio informou também que povoados da região foram saqueados por tropas turcas, que roubaram as casas e lavouras 

Nosso Mundo|Eugenio Goussinsky, do R7

Membros do Exército Livre da Síria circulam por Afrin
Membros do Exército Livre da Síria circulam por Afrin Membros do Exército Livre da Síria circulam por Afrin

A tomada de Afrin pelo Exército turco e milícias sírias aliadas deram à Guerra da Síria uma nova configuração. Mas não menos dramática. Também as populações locais, assim como em Ghouta Oriental, precisam de urgente ajuda humanitária, que começou a entrar nesta segunda-feira (19).

Não importa quem seja o vencedor. Em Ghouta Oriental, o controle voltou para o governo. E em Afrin, a organização não governamental Observatório Sírio de Direitos Humanos confirmou que os rebeldes e as forças turcas assumiram o controle da região.

A entidade informou também que muitos povoados foram saqueados por tropas turcas, que roubaram as casas e lavouras deixadas pela população.

Nas mãos de quem quer que seja, o drama das pessoas nestes dois pontos é o mesmo. A ofensiva em Afrin foi iniciada no dia 20 de janeiro último, com o objetivo de derrotar o grupo curdo YPG, que tinha o controle da região. Os combates causaram a morte de aproximadamente 2.400 pessoas, entre elas de pelo menos 289 civis.

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A ONU (Organização das Nações Unidas) apelou ao mundo, nesta segunda-feira (19), por suprimentos urgentes e recursos financeiros para as vítimas que permanecem em ambas as regiões. Segundo a nota, eles estão "cansados, com fome, traumatizados e com medo".

Enquanto isso, o presidente Bashar al-Assad tentava camuflar a real situação do país como um todo, ostentando vitória do governo em Ghouta Oriental. Ele se filmou enquanto dirigia um carro para encontrar soldados em frentes de batalha locais, gravando o trajeto do centro da cidade até locais reconquistados.

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Em Afrin, no entanto, ele mal pode entrar. Agora quem controla a região síria é também o grupo rebelde Exército Livre da Síria. Restam ao presidente apenas alguns tímidos apelos para que a Turquia, comandada por um presidente autoritário, deixe o local.

Combates em regiões opostas provocam êxodo em massa na Síria

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Mais do que isso seria iniciar uma nova guerra, esta contra um outro país, ampliando sua guerra local para além de suas fronteiras. Possivelmente, isso acarretaria o fim de Assad. Por isso, um conflito aberto não lhe interessa, a não ser que a Rússia lhe dê total apoio. O que no momento, às vésperas da Copa do Mundo, também é difícil.

Essa guerra da Síria, devido ao total descaso com as pessoas, tem modificado inclusive aquela velha frase de que, "na guerra, a verdade é a primeira vítima".

Ao lado da verdade, a população também tem sido a primeira e imediata vítima, nessa guerra que começou porque a Síria se tornou uma colcha de retalhos (com vários grupos lutando pelo poder). E agora, para Assad, aquele que ganha de um lado e perde de outro, se tornou um terrível cobertor curto.

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