Lula está preso por lavagem de dinheiro e corrupção
Adriano Machado/Reuters - 13/12/2017O juiz Sérgio Moro é parcial.
Você já deve ter lido e ouvido isso centenas de vezes nos últimos anos. E qual a razão para um veredicto, digamos assim, tão peremptório?
"Bem, ele só persegue o Lula e outros petistas. O Aécio continua solto", respondiam em uníssono todos os convertidos à seita comandada de uma cela da Polícia Federal, em Curitiba. Só esqueciam de mencionar que o senador mineiro, ao contrário do ex-presidente, não tinha processo com Moro, e quando o STF determinou o seu afastamento do mandato, em setembro de 2017, o Senado não permitiu que perdesse o cargo.
Dito de outro maneira: Aécio tem foro privilegiado e não pode ser alcançado por um juiz de primeira instância, como Moro ou Marcelo Bretas. Pode ser discutível, mas é assim que é.
A narrativa petista, no entanto, vendia para os mais inocentes a falácia da parcialidade de Moro.
É o que tenta-se fazer novamente agora quando o juiz é escolhido para comandar a superpasta da Justiça.
Sérgio Moro tornou-se ao longo dos anos exemplo de combate à corrupção, e por isso virou o sonho de consumo de vários candidatos na eleição passada, sobretudo Álvaro Dias, que em diversos debates na TV, verbalizou a intenção de convidá-lo caso vencesse a disputa.
Nada mais natural que Bolsonaro, embalado pela campanha contra as roubalheiras do PT, tenha optado pelo nome do juiz para implementar uma política vigorosa contra os desmandos privados e públicos.
Sérgio Moro nunca demonstrou preferência por qualquer candidato. Chegou mesmo a recusar um aperto de mão de Bolsonaro durante um encontro casual no aeroporto de Brasília, no ano passado.
Os petistas procuram apenas mais um motivo para tentar rechaçar o fato de serem liderados da cadeia.
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