O Agir 36, antigo Partido Trabalhista Cristão (PTC), entrou no radar do presidente Jair Bolsonaro, segundo fontes próximas às articulações confirmaram à coluna.
Outras negociações com legendas pequenas foram abertas, mas não se concretizaram, primeiramente com o Brasil 35, ex-Partido da Mulher Brasileira (PMB), e, em seguida, com o Patriota, que filiou o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, em maio.
O maior problema era a exigência, por parte do grupo de Bolsonaro, de controlar todos os diretórios executivos regionais, algo que não foi aceito pelos comandantes dos partidos.
Duas legendas grandes ainda disputam a filiação de Bolsonaro: Progressistas, do presidente da Câmara, Arthur Lira, e o PTB, de Roberto Jefferson.
No PTB, Bolsonaro teria mais concessões, mas enfrentaria resistência interna de seus apoiadores que entendem não ser possível ele se filiar ao partido devido ao histórico de escândalos de corrupção da legenda. Roberto Jefferson foi condenado e preso no caso do Mensalão.
No Progressistas, o problema é a resistência de líderes da legenda no Nordeste, que preferem apoiar a candidatura do ex-presidente Lula.
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O maior entrave para a entrada em um partido pequeno como o Agir 36 é a falta de recursos do fundo partidário e a possibilidade de que a sigla não consiga eleger uma bancada na Câmara dos Deputados para garantir acesso aos recursos, o que pode obrigar a legenda a fazer uma fusão logo no início de 2022.
Indagado sobre as tratativas, o presidente nacional do Agir, Daniel Tourinho, confirma que já conversou com Bolsonaro por telefone e ficou de retornar o contato.
"O Agir tem um planejamento estratégico montado para conseguir bons resultados nas eleições do ano que vem, principalmente na Câmara dos Deputados, que é o nosso objetivo", conta Tourinho.
A coluna apurou que o comando dos diretórios regionais da legenda pode entrar na negociação, justamente o ponto que travou as negociações anteriores, mas que a filiação de Bolsonaro não seria uma prioridade para o partido.