O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou a própria demissão nesta sexta-feira (24). A saída ocorre após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) exonerar o chefe da Polícia Federal, Maurício Valeixo, braço-direito do ex-juiz da Lava Jato.
Nona mudança no governo ministerial, a saída de Moro gerou repercurssão entre os deputados federais na Câmara dos Deputados. Confira, a seguir, os comentários de parlamentares.
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A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) disse que sente muito a saída de Moro do governo. “Não só por ser meu padrinho de casamento, mas principamente pela sua conduta exemplar de cidadão, juiz e ministro. Sempre terá minha profunda admiração, bem como a gratidão de todos os brasileiros de bem”, afirmou.
Carlos Sampaio, líder do PSDB na Casa, avaliou que Moro é o pilar moral do governo e referência internacional no combate à corrupção. “O fortalecimento da Lava Jato e a queda dos índices de criminalidade mostram a qualidade do seu trabalho à frente da Justiça e Segurança Pública”, disse.
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Para o líder do Podemos, deputado Léo Moraes (RO), a saída do ministro da Justiça representa uma perda. “Os números de Moro à frente do ministério são irreparáveis, queda na taxa de homicídios, crimes de furto e roubo de veículos, roubo de carga, crimes de latrocínio, estupro. A demissão de Moro só será comemorada por criminosos e corruptos”, afirma.
“Quando a gente acha que não dá para piorar, o presidente comete o maior erro: provocar a demissão de Moro”, disse o deputado federal Vinicius Poit (Novo-SP). Para o parlamentar, a demissão ocorre “após interferências polítias na Polícia Federal”.
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Para o deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ), a saída de Moro é uma surpresa. “Ontem mesmo ele nos garantiu que não sairia. Para nós, base do governo, uma informação; para a extrema-imprensa, outra”, contesta. “Lamentável. E mais lamentável ainda a maneira como saiu. Enfim, o destino se encarregará de tudo. Vamos em frente”, disse.
“Moro sai expondo graves interferências de Bolsonaro e testemunhando sobre crimes de responsabilidade”, argumenta Alessandro Molon, líder do PSB na Câmara. “Queria agir politicamente na Polícia Federal, queria receber informações sigilosas e estava preocupado com inquéritos no Supremo Tribunal Federal.”
“A saída de Moro é uma perda irreparável”, diz o deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP). “Provavelmente, perdendo um de seus principais pilares, o governo pode entrar num abismo.”
A avaliação do deputado federal Tadeu Alencar (PSB-PE) é de “Moro sai maior do que entrou”. “Poderia alegar o desprestígio da exoneração do diretor da PF sem o seu conhhecimento, mas põe o dedo na ferida: interferência política, inquéritos no STF, impessoalidade, legalidade, Estado de Direito. Gravíssimo”, escreveu.