Os "robocops" foram recebidos com desconfiança por passageiros
ReproduçãoÉ só privatizar que melhora? A ViaQuatro (empresa responsável pela Linha Amarela do metrô paulistano) decidiu dar sua contribuição ao debate e criou uma polêmica guarda pretoriana privada que, tudo indica, terá como missão tratar passageiros como terroristas.
Agentes de segurança passaram a usar uniformes inspirados na tropa de choque da PM (ou em seriados de TV?). Capricharam: os funcionários que vão cuidar das estações com grande movimento agora fazem suas rondas ostensivas com escudos, capacetes, cotoveleiras e balaclavas (as famosas toucas ninja).
Os robocops, a princípio, foram recebidos com desconfiança e críticas por especialistas e passageiros. Não é para menos. Se estivessem dentro de um estádio de futebol, a presença de uma swat já deixaria torcedores desconfiados.
Numa plataforma de embarque, na hora do rush, não precisa ser paranoico para aventar a possibilidade de uma ameaça iminente ou um ataque em curso que justifique tamanho aparato bélico. O exagero parece gritante. E desnecessário.
Se há algo que nenhum brasileiro precisa é de estímulos que reforcem a sensação de que vivemos em permanente estado de tensão, vulneráveis à violência que nos cerca. Seria apropriado que ao menos no transporte público isso não acontecesse diariamente. Mas a empresa que administra o metrô discorda – violentamente.
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