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Preconceito contra depressão é falta de um tanque de roupa pra lavar

Segundo a Organização Mundial de Saúde, pelo menos 30% da população mundial vai enfrentar algum episódio de depressão ao longo da vida

R7 Planalto|Marco Antonio Araujo, do R7

Jovens têm vergonha de admitir para os familiares que sofrem de depressão
Jovens têm vergonha de admitir para os familiares que sofrem de depressão Jovens têm vergonha de admitir para os familiares que sofrem de depressão

O preconceito contra a depressão continua mais resistente e nocivo do que a própria doença. Isso mesmo entre pessoas supostamente esclarecidas – que inclusive sabem o quanto o depressivo sofre com o estigma de preguiçoso, acomodado e derrotista. Mais grave, segundo pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS): a desinformação é imensa entre os jovens, exatamente o grupo cuja taxa de suicídio vem aumentando nos últimos anos.

O levantando mostra que 39% dos adolescentes afirmaram que, caso recebessem o diagnóstico de depressão, não revelariam para familiares. Na faixa de 25 a 34 anos, o receio atinge níveis alarmantes: 63% das pessoas disseram que se abririam com parentes próximos por vergonha de admitir um quadro depressivo. E estar deprimido sem a ajuda da família é equivalente a dar um tiro na cabeça todo dia ao acordar.

Não bastasse, a depressão, conhecida como “mal do século”, isola o paciente e o afasta do convívio social. Não por acaso, é o principal motivo para licença-médica e o consequente afastamento do trabalho. Não é uma desconhecida.

Os fatos têm chegado ao conhecimento da população. Nesse ponto, a mídia tem feito seu papel de informar. É quase incompreensível o insistente tabu acerca desse transtorno psiquiátrico, de origem genética ou disparado por motivos externos, como crises, luto ou traumas. A mesma OMS avisa que pelo menos 30% da população mundial vai enfrentar algum episódio de depressão ao longo da vida.

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É gente demais sofrendo em silêncio. Ou tendo de ouvir de amigos ou pessoas queridas que seus sintomas são “só” tristeza, indiferença e desânimo, “sinal de fraqueza”, pouca força de vontade ou desculpa para “chamar a atenção”.

Com o volume de conhecimento cientifico acumulado, os remédios disponíveis e os milhões de casos conhecidos só provam uma coisa: quem ainda vê a depressão com preconceito tem mais que arrumar um bom tanque de roupa suja, uma pilha de louça pra lavar ou um lote para carpir.

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