Na imagem, senador Renan Calheiros (MDB-AL)
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 18.09.2019O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou nesta sexta-feira (23) ser parcial para analisar qualquer tema que envolva Alagoas na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pandemia, que investigará possíveis omissões do governo federal no combate à covid-19 e os repasses de verbas federais para Estados e Municípios.
"Desde já me declaro parcial para tratar qualquer tema na CPI que envolva Alagoas. Não relatarei ou votarei. Não há sequer indícios quanto ao estado, mas a minha suspeição antecipada é decisão de foro íntimo", afirmou.
Calheiros é o favorito para a vaga de relator da CPI da pandemia. Os membros da comissão irão se reunir na próxima terça-feira (27) para eleger os cargos, além da relatoria, da presidência e vice-presidência - nos dois últimos, há amplo acordo para que assumam, respectivamente, Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
O anúncio do senador ocorre após pressão, por parte de governistas, de inflar sua chance de assumir a relatoria da CPI, posto mais importante da comissão. A argumentação foi a de que Calheiros é pai do governador do Alagoas, Renan Filho, e isso feriria o princípio de imparcialidade.
Aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), inclusive, judicializaram a questão. Carla Zambelli (PSL-SP) acionou a Justiça Federal, enquanto que o ex-ministro Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) acionou a PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Calheiros.
Líder do Centrão, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), comentou o episódio. "Em mais de duas décadas no Congresso Nacional, é a 1ª vez que eu vejo uma candidatura de um “meio” relator em uma CPI. Se o senador Renan Calheiros se vê impedido (e nisso está correto), que seja escolhido um relator imparcial para conduzir os trabalhos de uma CPI tão relevante", afirmou.
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