O clima na CPI da Covid nesta quinta-feira (20), segundo dia de depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, voltou a ficar tenso entre senadores com discussões acaloradas, a exemplo do que vinha acontecendo na semana passada.
A sessão chegou a ser interrompida por cerca de dez minutos.
A discussão que ocorria antes do intervalo era sobre a distribuição de cloroquina nos Estados e municípios.
O senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) apresentou vídeos em que governadores de oposição ao governo, Flávio Dino, do PCdoB do Maranhão, e João Doria, do PSDB de São Paulo, e Renan Filho, do MDB de Alagoas, falavam sobre a distribuição de cloroquina. O governador de Alagoas é filho do relator da CPI, senador Renan Calheiros.
A exibição dos vídeos, que são antigos e foram gravados no início da pandemia, quando ainda não havia comprovação da ineficácia da cloroquina contra a covid-19, gerou desconforto entre os senadores oposicionistas ou independentes.
"Isso foi em março de 2020. A ciência evolui. Aqueles que acreditam na ciência sabem que ela evolui", afirmou o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM).
"O Maranhão é o Estado que tem a menor quantidade de mortes por habitantes. De fato o vídeo é de março de 2020", afirmou a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que ficou bastante exaltada.
Amazonas
Em outro momento, houve desentendimeto entre o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) sobre estudos que foram feitos no Amazonas.
"Tudo que poderia ter sido feito no Amazonas, para testar, para usar de cobaia foi feito lá. Inclusive um suposto programa para supostamente saber se você estava com covid ou não", disse Aziz,
"Me desculpe senador, mas não é cobaia, é uma tentativa de melhorar o atendimento", rebateu Flávio Bolsonaro.
"Mas porque em Manaus?", insistitiu Aziz.
"Porque Manaus foi o primeiro a sofrer com isso", disse Flávio. "Não é cobaia, presidente", completou.