A juíza Gabriela Hardt já provou que, em muitos casos, pode ser ainda mais dura do que o futuro ministro da Justiça Sérgio Moro, a quem substituiu. Depois de conduzir o depoimento de Lula com rédeas mais curtas do que as do antigo titular, ela obrigou um dos investigados da Lava Jato a pagar, nesta terça-feira, a segunda maior fiança da história do país para poder deixar a cadeia.
Os R$ 28,9 milhões desembolsados por Cesar Mata Pires Filho, herdeiro do grupo OAS, ficam apenas atrás dos R$ 90,6 milhões pagos por um banqueiro acusado de lavar dinheiro para uma joalheria a mando de Sérgio Cabral.
Segunda a juíza, o montante pago representa as vantagens indevidas distribuidas pela OAS durante a construção da sede da Petrobras na Bahia, a Torre Pituba.
O empresário é acusado de participação em um esquema de fraude, superfaturamento e desvio de verbas da obras e está preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, desde o último dia 26 de novembro.