Vítima ligou para o 190, mas a polícia não apareceu
Reprodução / FacebookUma mulher disse ter sido vítima de assédio e agressão verbal ao passar próximo a obra do BRT no cruzamento das avenidas das Américas e Lucio Costa, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, neste sábado (26). A vítima, que preferiu não se identificar, relatou o caso em uma rede social.
Segundo a vítima, ela estava indo para a academia quando um funcionário da obra começou a fazer comentários como “gostosa, delícia, que absurdo, olha só que coisa mais gostosa”. Como era a segunda vez na semana que ela ouvia as cantadas grosseiras do mesmo homem, ela resolveu reagir e mandou o homem calar a boca.
— Ele não se intimidou. Começou a me xingar de diversos palavrões.
Ainda segundo a vítima, após a reação dela, a situação ficou pior.
— Ele falou que, quando eu voltasse, eu ia ver o que ia acontecer.
De acordo com a vítima, nesse momento, ela resolveu ligar para a Polícia Militar.
— Eu liguei para o 190, contei o que aconteceu e dei minha localização. Me disseram que iam enviar uma viatura e que era para eu aguardar em um local próximo. Eu esperei por dez minutos e não apareceu ninguém.
Ainda de acordo com a vítima, por medo, ela saiu da rua onde estava e seguiu para a academia.
— Não consegui malhar. Só pensava em como ia voltar para casa, porque eu tenho que passar por ali para ir para casa.
Depois de ficar cerca de uma hora na academia, a mulher decidiu voltar para casa. A vítima contou que passou por dois funcionários da CET-Rio, falou o que tinha acontecido e pediu a eles para atravessarem a rua com ela.
— Eles disseram que iam atravessar comigo e falaram para eu não responder, caso o homem viesse falar alguma coisa para mim.
De acordo com a vítima, os funcionários da CET-Rio acabaram não atravessando com ela.
— Quando eu vi, eu estava atravessando a rua sozinha. E aí o funcionário da obra me reconheceu e começou a me xingar de novo.
Ainda de acordo com a vítima, outras pessoas atravessaram junto com ela, mas ninguém fez nada. Após ser xingada de novo, ela resolveu prestar queixa na delegacia da Barra (16ª DP). A vítima contou que está com muito medo.
— Eu passo ali o tempo inteiro. Passo ali para tudo. Toda hora eu vou à janela aqui ver se tem alguém na obra.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações estão em andamento. Agentes estão em diligências para identificar o autor para que ele possa prestar depoimento. Ainda de acordo com a polícia, o caso foi registrado como injúria e será encaminhado ao Jecrim (Juizado Especial Criminal).
Procurada pelo R7, a Secretaria Municipal de Obras informou que os funcionários são terceirizados pela EIT e a conduta deve ser reprimida pela empresa contratada. A pasta também informou que fiscaliza apenas a execução das obras.