Escritores brasileiros e internacionais participam do evento
Fernando Frazão/Agência Brasil/ArquivoA 18º edição da Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro começou nesta quinta-feira (31), no RioCentro, na zona oeste, e vai até o dia 10 de setembro.
Os organizadores prometem uma programação 40% maior do que a edição anterior, em 2015, com destaque para a literatura nacional. A expectativa é receber um público de cerca de 700 mil pessoas durante os onze dias do evento.
São esperados 330 autores, sendo a maioria, brasileiros. Estarão lá Mauricio de Sousa, Ana Maria Machado, Thalita Rebouças e Frei Betto. Eles vão participar de mais de 350 horas de atividades de incentivo à leitura e bate-papos, nos espaços batizados de Café Literário, Espaço Jovem, Encontro com autores e Conexão Jovem.
O evento também tentará resgatar a literatura como negócio. O presidente do SNEL (Sindicato Nacional de Editores de Livros), Marcos Pereira, revelou, na abertura da bienal, uma queda "drástica" no número de leitores no país.
— A indústria editorial vive um dos momentos mais dramáticos na sua história. Entre 2015 e 2016, a venda de livros caiu 20%, significando 50 milhões de exemplares a menos nas mãos dos leitores.
Nas contas do sindicato, o Brasil é o país latino-americano com o menor número de livros e de livrarias por pessoa.
Público-alvo: jovens e crianças
Outra novidade neste ano é a tenda para os nerds, chamada Geek e Quadrinhos. O local acolherá bate-papos, atividades com realidade aumentada, cosplay, games e jogos de tabuleiro. A ideia é ser uma área livre para a cultura nerd, inédita em uma bienal do livro.
Outro espaço para adolescentes e adultos é o Arena #SemFiltro. O local receberá autores que interagem com leitores por redes sociais e pretende trazer ícones de várias gerações, como Sophia Abrão, Lelezinha e Fernand Young, além de Tico Santa Cruz e Helio de La Penã.
A conquista do público jovem é uma das intenções da bienal, que terá intensa programação infantojuvenil. Atualmente, o segmento corresponde por dois a cada dez livros vendidos no país.
— Não se nasce leitor, torna-se. Tudo é construção — disse a escritora e jornalista Bianca Ramoneda, parafraseando a feminista Simone de Beauvoir, na abertura do evento.
Apesar do foco nacional, fãs de literatura estrangeira também podem encontrar seus ídolos. São onze os autores de best-sellers internacionais que participarão de debates e sessões de autógrafos. Entre eles, a britância Paula Hawkins, autora de A garota do trem, as norte-americanas Karin Slaughter, que escreveu Cega, e Victoria Schwab, de Um tom mais escuro de magia. A portuguesa Sofia da Silva divulgará seu livro Sorrisos Quebrados e a australiana Leisa Rayven vem lançar Mister Romance, primeiro volume de uma nova série.
A feira abre espaço ainda para quem trabalha com literatura, por meio do Encontro Internacional de Profissionais do Livro e o Fórum de Educação, em parceria com outras instituições.
A entrada da Bienal custa R$ 24, a inteira, e R$ 12 a meia, para estudantes e idosos. Professores, bibliotecários, autores e profissionais do livro têm entrada gratuita.