Vítimas de acidente foram socorridas por bombeiros na Sapucaí
Márcio Mercante / Agência O DiaO carro da escola de samba Paraíso do Tuiuti passará por uma terceira perícia nesta terça-feira, 28. O veículo já está na Sapucaí, escoltado por policiais militares, que aguardam agentes da Polícia Civil que farão a perícia. É possível ver que uma roda que dá direção ao carro, chamada de "roda maluca", está quebrada.
O caso está sendo investigado pela Delegacia da Cidade Nova (6ª DP). Ontem, o motorista Francisco de Assis Lopes prestou depoimento e disse que um carro acoplado ao seu pela escola dificultou a sua visão, o que teria causado o acidente.
Três vitimas do avanço descontrolado da alegoria ainda estão internadas. Uma está em estado grave, respirando por aparelhos.
Condutor do carro prestou depoimento
O motorista Francisco de Assis Lopes, de 53 anos, que dirigia o carro da escola Paraíso do Tuiuti envolvido no acidente da Sapucaí, disse que não teve culpa pelo acidente.
— Eu não tive culpa. Quem ficou machucado, me desculpe mesmo. Quero pedir desculpas às famílias. Só isso que eu queria dizer.
Já os filhos do profissional, Liverton dos Santos Lopes e Lidiane dos Santos Lopes, que acompanharam o depoimento de Francisco, disseram que o acidente teria sido causado por uma imprudência da escola de samba.
— Meu pai não sabia que tinha uma roda do carro quebrada, assim como também não sabia que seria acoplado outro carro no dele, que tampou (sic) toda a sua visão na hora de dirigir. Não tinha como ele enxergar, não foi combinado isso, e o guia [que deveria orientar o motorista sem visão do percurso] não apareceu.
Liverton disse que uma roda do carro, chamada roda maluca (móvel), também causou problemas.
— Quem entende disso sabe que a roda maluca, quando chove, ela perde o controle.
Quando lhe perguntaram por que seu pai não se recusou a dirigir nessas condições, Liverton disse que Francisco dirigia o último carro "e não tinha como recusar".
— Ele cumpriu o papel dele como profissional que é. Ele é caminhoneiro. Diziam que ia ter um guia para ele, o acidente não aconteceu porque ele perdeu o controle.
Lidiane também contou que Francisco só percebeu que houve o acidente quando ouviu os gritos. Ela acusou funcionários da escola de agredirem seu pai quando ele saiu do veículo.
O assessor de imprensa da Paraíso do Tuiuti, Rodrigo Coutinho, afirmou ao Estado poder garantir "que não procede [a acusação dos filhos do motorista, de que o pai não sabia que dirigiria um carro acoplado]".
— Todos os motoristas sabem exatamente como são os carros.
Ele declarou que a agremiação esclarecerá as demais afirmações da família de Lopes em depoimento.
— Sobre ter sido agredido ou não, não tenho como afirmar o contrário. Não estava presente no momento do fato, e as pessoas que foram consultadas, negaram.