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Caso Cláudia: PMs que arrastaram mulher no Rio já voltaram a trabalhar

Baleada em operação, ela foi socorrida por PMs e colocada no porta-malas de viatura

Rio de Janeiro|Do R7

Laudo apontou que vítima morreu em decorrência de tiro
Laudo apontou que vítima morreu em decorrência de tiro Laudo apontou que vítima morreu em decorrência de tiro

A auxiliar de serviços gerais Claudia Silva Ferreira, de 38 anos, foi atingida por dois tiros durante uma operação policial no morro da Congonha, em Madureira, zona norte do Rio. A mulher foi colocada no porta-malas de um carro da PM para ser levada ao hospital. No meio do caminho, a tampa do compartimento abriu, ela ficou pendurada pela roupa no para-choque do carro e foi arrastada por, ao menos, 250 m. Um vídeo gravado por um cinegrafista amador flagrou a cena, no dia 14 de março.

Depois da ação desastrosa dos PMs do 9º Batalhão (Rocha Miranda), houve protesto de moradores. Revoltados, eles depredaram ônibus e interditaram a principal via da região. O caso foi investigado pela Polícia Civil e também pela Polícia Judiciária Militar.

Os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Arcanjo, e o sargento Alex Sandro da Silva Alves, que estavam na viatura, foram presos administrativamente. Em depoimento, os PMs afirmaram ter colocado a mulher no porta-malas do carro porque havia armas e coletes no banco traseiro.

Apesar da comoção diante do caso, a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar, determinou a liberdade provisória dos suspeitos dias após o ocorrido. A magistrada alegou que, a partir das imagens, não era possível saber se os PMs tinham ciência de que a mulher estava sendo arrastada.

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Segundo a Polícia Civil, Claudia morreu em decorrência do ferimento do disparo de arma de fogo e já chegou morta ao hospital. O inquérito policial indiciou os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Archanjo e o sargento Alex Sandro da Silva Alves por fraude processual.

Já o tenente Rodrigo Boaventura e o sargento Zaqueu Pereira Bueno, responsáveis pela operação no dia do crime, deveriam responder pelos crimes de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e fraude processual. No entanto, o processo sofreu uma intervenção da Justiça e foi desmembrado. O TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) aceitou o pedido do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) de retirar da Justiça comum o processo contra Rodrigo Boaventura e Zaqueu Teixeira já que eles não estavam na viatura que arrastou Cláudia.

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De acordo com informações da assessoria de imprensa da Polícia Militar, o processo encontra-se em tramitação na Auditoria da Justiça Militar. Todos os policiais envolvidos no caso estão trabalhando internamente, prestando serviços administrativos nos batalhões.

Família de Cláudia

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Cláudia Silva Ferreira deixou marido e quatro filhos. Após a repercussão do caso, a família foi recebida pelo então governador Sergio Cabral no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, zona sul do Rio. Cabral pediu desculpas aos parentes da vítima e prometeu uma rigorosa investigação.

No mês seguinte, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão assinou um acordo com a família dela. O Estado se comprometeu a pagar indenização por danos morais e materiais, além de uma pensão.

O viúvo, Alexandre da Silva,deve receber pensão até 2040, quando a esposa completaria 65 anos. Os quatro filhos receberão a pensão até os 21 anos. Os valores não foram divulgados pelo governo.

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