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Caso Joanna: morte de menina torturada e atendida por falso médico completa 4 anos sem condenações

Pai e madrasta são acusados de torturar a menina de cinco anos no Rio

Rio de Janeiro|Rodrigo Teixeira, do R7

No dia 13 de agosto de 2010, Cristiane Marcenal viveu o pior dia de sua vida. A filha de apenas cinco anos morria em consequência de maus tratos e procedimentos médicos errados. A menina Joanna Cardoso Marcenal Marins não resistiu a uma meningite e ainda tinha marcas de queimaduras e hematomas pelo corpo. Em uma entrevista exclusiva ao R7, Cristiane contou como está sua vida após quatro anos da morte de Joanna.

— Na Justiça eles tratam nossos filhos como se fosse papel e não como se fosse gente. Papel você faz outro, minha filha vão fazer de novo? Eu choro todo dia a perda da minha filha.

A criança ficou 26 dias internada em coma e morreu após ser medicada por um falso médico, identificado como Alex Sandro da Cunha Silva. O advogado André Rodrigues Marins e Vanessa Maia Furtado, pai e madrasta da menina Joanna, são acusados de torturar a criança, que estava sob a guarda deles.

— Para mim foi ruim ela cair na mão de um falso médico, mas ele sendo falso ou não o Andre levou a minha filha para a casa dele no momento que ela teve indicação de internação. Ele deixou a revelia a Joanna.

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Quatro anos após a morte de Joana, a Justiça decidiu que a pediatra Sarita Fernandes e o estudante de medicina Alex Sandro da Cunha vão a júri popular. E como o processo não foi desmembrado, Marins e Vanessa aguardam um parecer da Justiça, que vai decidir se eles serão indiciados também pela morte da menina.

— Ele maltratou a minha filha e queria que ela morresse na casa dele. Levou ela para casa para ela morrer. Só deu entrada no hospital com a intenção de que ela já estivesse morta, mas a minha filha estava viva.

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Cristiane tem dois filhos de seis anos, trabalha como médica cardiologista em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense e luta todos os dias para superar a dor da perda.

— Já espero por justiça há quatro anos. Quando esta muito difícil eu dou um jeito de desabafar na internet, mas esse vazio me faz chorar todos os dias. Sempre agem dentro da lei, mas se utilizam dos buracos que a lei permite arrastar o processo.

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O pai aguarda em liberdade a Justiça de pronunciar.

— A justiça me diz hoje que ele não tem motivo para estar preso. Eu tendo ser equilibrada, eu me sinto injustiçada e fico indignada, me sinto impotente e me submeto à lei. Não perco a esperança.

A mãe de Joanna diz que por brechas na lei seu processo encontra dificuldades para tramitar.

— Hoje meu processo esta nas mãos do desembargador da segunda câmara criminal, ele vai decidir se o André vai a júri popular, isso já pela segunda vez por causa de brechas e devido ao andamento do processo.

Caso Joanna tem semelhanças com o do menino Bernardo e Isabella Nardoni

Durante a conversa com R7, a mãe de Joana apontou algumas semelhanças com outros casos policais envolvendo a morte de crianças enquanto pais brigavam pela guarda. Cristiane citou dois episódios: as mortes do menino Bernardo e de Isabella Nardoni.

— Tem alguns casos semelhantes. No do menino Bernardo, a madrasta também não gostava da minha filha. A madrasta da Joana não queria saber dela lá. Eu tenho um laudo psicológico lá da própria vara de família comprovando isso.

Cristiane afirma que o ódio da madastra por sua filha era tamanho que uma briga entre André e Vanessa foi parar na delegacia.

— Um boletim de ocorrência diz que a Vanessa deu uma cadeirada no André porque ele queria fazer uma festa para a minha filha, a Joanna.

Outra coisa que incomoda a mãe de Joanna é o segredo de Justiça presente no seu caso.

— O processo da vara de família já acabou e agora é o criminal, mas segue em segredo de justiça. Eu não entendo isso. Já pedimos para ser retirado esse segredo e eu não consigo ver o que acontece no processo. O da Isabella Nardoni corre em aberto e do Bernardo também. Por que esse corre em segredo?

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