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Chacina em Costa Barros: defesa pede liberdade para PMs que fuzilaram jovens na zona norte do Rio

Primeira audiência sobre o caso ocorreu nesta segunda (18) 

Rio de Janeiro|Do R7

Jovens foram mortos em novembro quando voltavam do Parque Madureira, na zona norte do Rio
Jovens foram mortos em novembro quando voltavam do Parque Madureira, na zona norte do Rio Jovens foram mortos em novembro quando voltavam do Parque Madureira, na zona norte do Rio

As defesas de três dos PMs que fuzilaram o carro com cinco jovens em Costa Barros, na zona norte do Rio, pediram nesta segunda (18) a revogação da prisão preventiva dos réus. Antonio Carlos Gonçalves Filho, Thiago Resende Viana Barbosa e Marcio Darcy Alves dos Santos estão presos por terem atirado 111 vezes contra os jovens, que voltavam de um lanche no dia 28 de novembro.

Ao pedir a soltura dos réus, as defesas alegaram que a prisão preventiva não é mais necessária. O outro PM acusado, Fabio Pizza Oliveira da Silva, está solto após liminar favorável do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Os quatro PMs respondem por homicídio triplamente qualificado e fraude processual.

O juiz Daniel Werneck Cotta, da 2ª Vara Criminal da Capital, disse que vai analisar os autos para decidir sobre o pedido de liberdade. Também nesta segunda nove testemunhas foram ouvidas sobre o crime, incluindo familiares e amigos dos jovens mortos. A próxima audiência do caso ainda não foi marcada.

Nas redes sociais, os cinco jovens foram homenageados
Nas redes sociais, os cinco jovens foram homenageados Nas redes sociais, os cinco jovens foram homenageados

Relembre o caso

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Cinco jovens morreram na madrugada deste domingo (29) após terem o carro alvejado por policiais militares em Costa Barros, zona norte do Rio. Segundo familiares e vizinhos, eles voltavam do Parque de Madureira, também na zona norte, quando foram surpreendidos por PMs que atiraram contra o carro. Entre as vítimas, dois eram menores de idade.

Wilton Esteves Domingos Júnior, de 20 anos, Wesley Castro Rodrigues, de 25 anos, Cleiton Corrêa de Souza, de 18 anos, Carlos Eduardo da Silva de Souza, de 16 anos, e Roberto de Souza Penha, de 16 anos, morreram após terem o carro em que estavam receber 111 tiros. No dia 16 de dezembro, a Justiça do Rio aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público contra os PMs. 

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Em depoimento na época do crime, uma testemunha afirmou que os policiais sorriram após o fuzilamento. A testemunha afirmou aos investigadores, em depoimento, que conhecia os jovens e que nenhum deles estava armado. De acordo com a testemunha, Junior, que dirigia o Palio branco em que os jovens estavam, obedeceu a ordem de parada dos PMs. Após encostar o carro, os jovens teriam erguido os braços, sendo que um deles chegou a tirar o corpo para fora da janela com as mãos para cima.

Segundo o diretor do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), Sérgio William, nenhum disparo partiu do Palio branco onde estavam os jovens.

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— Não foram encontrados vestígios, nada que indique que houve disparo de dentro para fora do veículo [em que estavam os jovens].

Conversa antes dos tiros

Ainda segundo o depoimento, Os PMs conversaram rapidamente com jovens. Só depois desse breve diálogo, os tiros começaram. O alvo inicial dos PMs teria sido Junior, o motorista. Os primeiros disparos teriam sido efetuados de frente para o Palio, atravessando o parabrisa. Pouco depois, os PMs passaram a atirar contra o veículo, atingindo também os outros ocupantes. Segundo a testemunha, os militares estavam a cerca de três metros do Palio neste momento.

A testemunha afirmou ainda que, após os tiros cessarem, um dos PMs colocou uma luva cirúrgica, pegou uma arma, colocou na mão de Junior e efetuou um disparo. Foi nesse momento que, segundo o depoimento, os policiais sorriam. Inicialmente, os PMs teriam deixado a arma dentro do Palio.

A mãe de Wilton Esteves disse que o filho estava vivo quando ela chegou ao local do crime. Márcia Ferreira ainda denunciou omissão de socorro por parte dos policiais. Márcia pediu que os agentes encaminhassem os meninos para uma unidade de saúde próxima ao lugar onde foram baleados.

— Eu cheguei e fiquei gritando para os policiais, pedindo socorro, pelo amor de Deus, porque era para os policiais salvarem eles. E eu fiquei falando que tinha um UPA [Unidade de Pronto-Atendimento] ali perto. Falei: 'Pelo amor de Deus, vocês não têm filho? Tem um UPA ali perto, socorre ele, ainda está vivo'.

No sepultamento, uma das mães dos jovens afirmou ter sido ameaçada de morte por um dos policiais após se aproximar e dizer que os meninos não eram criminosos.

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