A rede hoteleira da cidade do Rio já tem 90% dos quartos reservados para a Copa do Mundo em 2014. A inflação de 4.000% no preço das diárias no período não reduziu a procura. Mas, para os que buscam opções mais baratas, as favelas surgem como boa alternativa.
Cerca de 3.000 estrangeiros devem se hospedar nas comunidades pacificadas da zona sul. Moradores resolveram adaptar os quartos para atrair os turistas. Foi o que fez Deise Francklin no Vidigal, que comprou camas beliches e outros móveis.
— É uma troca muito gostosa [com os turistas]. Agora eu tenho um hotel, sou empresária. Vai dar para faturar uma graninha a mais. É ótimo receber as pessoas com esse nosso espírito de coletividade.
Para passar uma noite nas favelas, os visitantes vão pagar, em média, entre R$ 95 e R$ 150. Os donos dos novos “hotéis” esperam agradar com boa comida e vista privilegiada para a cidade.
Daniel Plá, professor de economia da Fundação Getúlio Vargas, incentiva os moradores das favelas a aproveitar o bom momento do turismo.
— As favelas do Rio estão em alta. Um terço dos turistas que vêm ao Rio de Janeiro querem conhecer a favela. Isso é muito bom, é bom para os moradores. Mexe com a auto-estima.
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