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Defensoria Pública critica demolição de casas na Vila Autódromo

Na semana passada, Defensoria Pública obteve medida que impediria demolições

Rio de Janeiro|Da Agência Brasil

Comunidade começou a ser removida pela Prefeitura para preparação dos jogos olímpicos
Comunidade começou a ser removida pela Prefeitura para preparação dos jogos olímpicos Comunidade começou a ser removida pela Prefeitura para preparação dos jogos olímpicos

O coordenador do Núcleo de Terras da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, João Helvécio, criticou nesta sexta-feira (12) a demolição de três casas na Vila Autódromo, na manhã de ontem. Representantes dos moradores da comunidade, na zona oeste, também questionam a ação. A comunidade da Vila Autódromo fica ao lado do Parque Olímpico, principal área de competições das Olimpíadas, e começou a ser removida pela Prefeitura do Rio na preparação para os jogos.

O defensor público João Helvécio diz que não havia decisão judicial que respaldasse a derrubada de todas as casas. Ele afirma que uma decisão da 10ª Vara de Fazenda Pública, de 2 de fevereiro, determinou a demolição de apenas uma das casas.

— Tinha uma ordem judicial para a imissão de posse de uma casa, da dona Célia, e a Prefeitura derrubou três. A Prefeitura dizia que a ordem era para o terreno, mas no processo apresentou apenas uma construção.

Na semana passada, a Defensoria Pública obteve uma medida cautelar que impediu a imissão de posse e a demolição da sede da Associação de Moradores.

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Em uma das casas demolidas morava o presidente da Associação de Moradores, Altair Guimarães, que mudou-se após a demolição da casa onde morava anteriormente, em agosto de 2015. Ele conta que reformou uma casa nos fundos da associação para se mudar com sua família.

— Era uma casa antiga que estava lá. Só fiz um complemento, porque era muito pequena.

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Altair não estava em casa no momento da demolição, pois tinha viajado no carnaval, e ficou sabendo da ação pelos vizinhos. Ele questiona o decreto que determinou a desapropriação de parte da comunidade, pois não incluía as casas demolidas hoje.

Moradora da comunidade, Nathalia Silva conta que os moradores vivem em clima de incerteza e medo diante das ações.

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— A sensação é de total insegurança. É um terrorismo psicológico com os moradores. Uma ação que a gente não sabe por que foi feita e que vem com aparato policial imenso. A gente acorda com a comunidade tomada de guardas e policiais e não sabe o que está acontecendo.

João Helvécio também critica a Prefeitura pelo clima de medo em que vivem os moradores.

— É um terror que a Prefeitura faz se legitimando por decisões judiciais que deixam as pessoas em completa surpresa diante dessa situação. As pessoas ficam sem o direito, ao menos, de concordar em tirar as suas coisas pessoais, porque são jogadas no caminhão e levadas para o depósito. E a pessoa que tem que procurar depois e nem sempre vai localizar seus pertences e sabe-se lá em que condições vai encontrá-los.

A Prefeitura do Rio de Janeiro foi procurada pela Agência Brasil, mas não se posicionou sobre a demolição das casas.

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