O dentista André Luis Cardoso, de 27 anos, tenta reorganizar a vida após passar sete meses preso no Rio por crimes que não cometeu. Devido a falhas nas investigações da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Belford Roxo, o jovem foi indiciado por seis estupros e uma tentativa de estupro. Até o julgamento e a absolvição, o rapaz passou por um drama no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio, como ele contou à reportagem da Record.
André Cardoso disse que ficou completamente isolado por 40 dias, como costuma acontecer para presos por estupro.
— A comida era racionada. Não tinha comunicação com nada. Não deixavam falar comigo. Foi muito angustiante.
Quando foi preso, o dentista tinha certeza de que o mal entendido seria resolvido rapidamente, o que não aconteceu.
— Começou a cair a ficha quando me colocaram na frente de um banner e com vários jornalistas me filmando.
A polícia chegou a Cardoso após uma das vítimas dos estupros em série em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, descrever à delegada parte da placa de carro que coincidia com o veículo do dentista. Retratos falados foram feitos pelas mulheres atacadas. Um dos desenhos não tinha a menor semelhança com o rosto de Cardoso, que, mesmo assim, foi localizado e preso.
O advogado dele, Carlos Tortima, citou outras falhas das investigações:
— Em uma das noites, num dos episódios, ele estava na casa do futuro sogro, que jamais o iria acobertar num crime dessa natureza. Esse homem jamais foi chamado para confirmar esse álibi, nem a namorada dele, que estava com ele em seis dos sete episódios.
Cardoso foi inocentado em maio. Ele já conseguiu um novo emprego e vai remarcar o casamento que tinha programado com a noiva. Veja na reportagem abaixo como os familiares dele se mobilizaram para reunir provas e o que alega a Polícia Civil sobre o caso.