O julgamento da ex-deputada federal Flordelis e de mais quatro réus acusados da morte do pastor Anderson do Carmo entra no quarto dia nesta quinta-feira (10), sem previsão para término.
A expectativa é que o Tribunal do Júri de Niterói, na região metropolitana do Rio, continue a ouvir as 30 testemunhas no processo. Estão previstos depoimentos de mais três testemunhas de acusação: Roberta e Érica, filhas adotivas de Flordelis, e Rebeca, neta da ré.
Roberta começou a falar por volta das 9h30 e pediu para que a mãe adotiva deixasse o banco dos réus. Durante o depoimento, ela negou que Anderson fosse um abusador e que ele não permitia que as meninas da casa andassem de biquíni ou short curto.
Até quarta (9), dez testemunhas de acusação haviam prestado depoimento. Entre elas estava um dos filhos de Flordelis, Daniel dos Santos, que definiu como um teatro a reação da mãe , que chorou ao saber da morte do pastor no hospital. Ele disse que ficou sabendo de um plano para matar o pai e chegou a avisá-lo.
Também foi ouvida uma nora da ex-parlamentar. Segundo a esposa de Misael, Luana Rangel, Flordelis afirmou que o celular de Anderson foi quebrado e jogado no mar — o aparelho não foi encontrado durante as investigações. Ela relatou, ainda, ter visto tentativas de envenenamento do pastor.
As últimas sessões foram marcadas por longos depoimentos, além de um atraso por um fato curioso: um réu esquecido por agentes penitenciários.
Além disso, testemunhas foram ouvidas por videoconferência em razão de não se sentirem à vontade para falar na frente dos réus. No entanto, o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) se manifestou contrário a essa decisão por entender que a prática prejudica os debates, e muitas pessoas não conseguem ouvir a transmissão.
Na primeira audiência, Flordelis chorou ao ver a mãe no plenário. Inicialmente, a previsão era de que o julgamento pudesse durar dois dias. Mas, segundo informações da Record TV, a juíza do caso, Nearis dos Santos, solicitou reforço na segurança do Fórum de Niterói até segunda (14).
Flordelis é acusada de ser mandante do crime
De acordo com informações do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), Flordelis responde por homicídio triplamente qualificado — motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
Já Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues e André Luiz de Oliveira são acusados de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada.
E Rayane dos Santos Oliveira foi denunciada por homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada.