Loira, jovem, bonita e atraente. Bruna Cristine Menezes de Castro, de 25 anos, parecia a mulher perfeita para se namorar. Foi o que pensou o carioca Ryan Balbino, de 28 anos, quando conheceu a "Barbie", como ela se apelidava, pela internet. Entretanto ele não foi o único que caiu na farsa da moça. O analista de sistemas é uma das 23 vítimas dela, que vai responder por estelionato após as extorsões, somando R$ 300 mil no total. Só o rapaz perdeu R$ 15 mil em depósitos.
— Pensei que era uma pessoa muito culta, porque ela falava diversas línguas, mas com essa personalidade de bandida... Uma pessoa que nasceu com a índole ruim.
Online, ela se apresentava como Bruninha e tinha vários perfis. Moradora de Goiânia, os golpes que Bruna aplicou eram apelativos. Desde 2003, quando conheceu Balbino pela internet, ela contou várias histórias tristes. Na época, a mulher morava na Itália e ele, aqui no Brasil. O analista acabou depositando R$100 por semana para que ela colaborasse com uma instituição para crianças.
— Ela inventou que tinha uma creche que ajudava constantemente lá em Goiânia, e se utilizava disso pra pedir dinheiro, pra comprar cesta básica, materiais de escola. E pagamento também pra realização de festas temáticas, como Dia das Mães, Natal, coisas do tipo.
Um dos depósitos mais altos foi o valor de R$ 2 mil para uma suposta festa de Dia das Crianças. Mas a história evoluiu para dramas mais sérios. Após o primeiro encontro entre os dois, em 2011, Bruninha passou a pedir dinheiro para fazer uma cirurgia e pagar um tratamento médico. Ela alegou que tinha câncer.
— As informações que ela me passava é que estava com dificuldades, que o pai dela tinha vendido a casa, o carro, pra pagar todo o tratamento e que não tinha mais como arcar sozinho com aquilo.
Depois de anos de relacionamento online, a desconfiança começou a surgir na mente do analista quando ele pediu recibos dos depósitos efetuados para que fossem anexados na declaração do imposto de renda.
— Passaram dois meses e ela não me enviou esses comprovantes. A partir daquele momento, percebi que ela possivelmente não estava utilizando esse dinheiro para doações, e comecei a investigar com olhar mais de razão.
Bruninha também aplicava golpes pela internet. Nas redes sociais, ela vendia produtos de beleza, bolsas e eletrônicos. Mas os consumidores não recebiam as encomendas. Quando descobriram as farsas, eles se uniram e montaram um perfil online para denunciá-la.
A carreira de crimes dela teve um ponto final. De modelo fotográfica a detenta; a mulher foi presa em um flat de luxo na área nobre de Goiânia. Investigadores acreditam que ela tenha mitomania, um transtorno de personalidade em que a pessoa conta, compulsivamente, diversas mentiras e acredita nelas.
O analista seguiu em frente, arrumou uma namorada e torce para que a justiça seja feita.
— Esse é o tipo de causa que você ganha, mas não leva. Ela não tem bens no nome dela, não tem dinheiro, não pelo que eu saiba. Você vê uma pessoa bonita, uma pessoa jovem, que poderia conseguir realmente um trabalho de modelo mesmo, poderia trabalhar pra conseguir o dinheiro dela honestamente... Mas às vezes penso que ela não tem dimensão do que fez pras pessoas.
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