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"Estouraram a cabeça de um inocente", diz vizinha que afirma ter ouvido só um tiro no dia da morte de Eduardo

Reprdoução simulada do caso ocorre nesta sexta (17); 120 agentes estão no Complexo do Alemão

Rio de Janeiro|Do R7

Agentes da DH estão no local para reprodução simulada de mortes
Agentes da DH estão no local para reprodução simulada de mortes Agentes da DH estão no local para reprodução simulada de mortes

A vizinha do menino Eduardo afirmou que, quando a criança foi morta, no dia 2 de abril no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, ela só ouviu um tiro no local. Joselene Rodrigues Alves deu a declaração durante a reprodução simulada do caso, que ocorre nesta sexta-feira (17), na comunidade.

— Só ouvi um tiro naquele dia. Eu não posso ver a dor de uma mãe e ficar calada. Eu também sou mãe. Tenho duas meninas, uma de oito anos e outra de três. O que fizeram com ele foi covardia. Fui vizinha da Terezinha. Conheço ela antes do Eduardo nascer. Esculacharam uma criança. Estouraram a cabeça de um inocente. Precisamos de justiça e repito: foi só um tiro que eu ouvi e mais nada. Mas esse tiro levou uma criança.

A mãe de Eduardo de Jesus Ferreira, afirmou, nesta sexta-feira (17), que aguarda pela punição do autor do disparo. A declaração foi dada por Terezinha Maria de Jesus durante a reprodução simulada do caso no local onde o menino foi baleado.

— Espero que o assassino do meu filho seja punido. Depois das investigações, eu volto para o Piauí. É muito sofrimento. 

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O relações públicas da PM, coronel Marcelo Corbage, informou que a ação será realizada em etapas. Corbage disse que os dois policiais militares suspeitos de envolvimento estão na comunidade para serem ouvidos. Eles vão participar da reconstituição, assim como os familiares da vítima. 

De acordo com o chefe da DH, a ação conta com 120 policiais, oito delegado, dez peritos e outros agentes que vão auxiliar nos trabalho da especializada. Segundo ele, o número é devido à grande quantidade de trabalho. A polícia afirma que a intenção é recriar o ambiente do momento em que Eduardo foi assassinado. 

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Simultaneamente, será realizada a reprodução simulada das mortes de Elizabeth Alves de Moura Franciscoe do capitão Uanderson Manoel da Silva, comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Nova Brasília. Ao menos 22 PMs foram convocados para participar das três reconstituições.

Segundo o defensor público do caso, Fábio Amado, o depoimento do PM suspeito de ter efetuado o disparo contra o menino apresenta muitas contradições.

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Processo

Na quarta-feira (15), a mãe do garoto afirmou que vai processar o líder do AfroReggae, José Júnior, por causa de um texto, divulgado em rede social. Nele, o presidente da ONG diz que Eduardo "era bandido". Ele foi morto com um tiro na cabeça enquanto brincava na porta de casa.

Júnior declarou, na quinta-feira (16), que houve uma “distorção” na mensagem que ele escreveu no Facebook após a morte de Eduardo. O texto divulgado por ele na noite de domingo (12) informava que “esse menino segundo informações era bandido. Provavelmente se fosse bandido poderia ter matado um policial se tivesse oportunidade”.

Na segunda-feira (13), o governador Luiz Fernando Pezão admitiu que a polícia errou na ação em que a criança foi morta.

Relembre os casos

O menino Eduardo de Jesus Ferreira foi baleado quando estava sentando na porta de casa mexendo no celular, no dia 2 de abril, no Complexo do Alemão.

Elizabeth Alves, de 41 anos, morreu um dia antes de Eduardo, quando estava dentro de casa, também no Alemão, e foi atingida no pescoço por uma bala perdida.

O comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Nova Brasília, Uanderson Manoel da Silva, de 34 anos,morreu em setembro do ano passado após ser baleado no tórax durante um confronto com suspeitos de tráfico de drogas na comunidade.

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