Estudantes da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) fizeram um protesto nesta segunda-feira (4) contra casos de estupro e violência contra mulheres que teriam ocorrido dentro da universidade nos últimos meses. A maioria dos manifestantes eram estudantes do sexo feminino e foram recebidas na reitoria pelo vice-reitor da instituição, Eduardo Callado, onde entregaram um documento com solicitações para a melhoria da segurança no campus sede da instituição, que fica em Seropédica, na baixada.
Nesta terça (5), as estudantes devem se reunir para estabelecer duas comissões: uma para acompanhar a discussão do código disciplinar da UFRRJ, que estaria desatualizado e não propõe instrumento legal para expulsão de alunos suspeitos de cometer estupro e outra comissão para acompanhar a implantação das medidas solicitadas à reitoria.
Em uma campanha iniciada no começo de abril nas redes sociais nomeada de “Me avisa quando chegar”, estudantes da universidade trocaram suas fotos de perfil por imagens que mostram sangue espirrado e uma frase que pergunta: “Quantas terão que sofrer abusos para a reitoria da UFRRJ tomar uma atitude”? Um caso de um estupro após uma festa dentro do campus, em março, foi o estopim do movimento.
Em nota, a universidade diz que reconhece os problemas de segurança no campus de Seropédica e considera legítima toda manifestações de indignação da comunidade universitária. Sobre o último caso de estupro que ocorreu dentro do campus, a universidade afirma que o “vice-reitor da UFRRJ prestou todo o apoio necessário à vítima, tendo acompanhado a mesma até a 48ª DP (Seropédica), onde foi feito o Registro de Ocorrência.” O vice-reitor também teria acompanhado a vítima ao IML (Instituto Médico-Legal). No posicionamento, a UFRRJ também pediu desculpas por não ter acompanhado devidamente um caso parecido que ocorreu no início do ano.
Segundo a universidade, há 40 guardas universitários que trabalham em dois turnos no campus de Seropédica. No local, há cerca de 10.600 estudantes matriculados. Em relatos de indignação nas redes sociais, os estudantes afirmam que o número de seguranças é insuficiente, devido ao tamanho do campus.
A contratação de uma empresa terceirizada para complementar a segurança está em andamento. De acordo com a assessoria da Universidade Rural, a insituição vai se esforçar para contratar logo os novos seguranças.